Dragões exigem foco total na luta pelo título e vão adiando algumas decisões. Mas o ex-V. Setúbal sabe que conta para o futuro e discutirá em breve os moldes de um vínculo para lá de 2019.
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Gonçalo Paciência foi recuperado ao V. Setúbal mesmo sobre o final do mês de janeiro, não tem tido tantas oportunidades como desejaria, mas faz parte dos planos do FC Porto para o futuro e entra na composição do plantel 2018/19 que Sérgio Conceição está a elaborar. Apesar de ter contrato até junho de 2019, há, no entanto, uma condição: a renovação do vínculo no final desta temporada. Isto porque os dragões não querem que se repitam situações como as de Marcano ou Diego Reyes, ainda que estejam a apreciar a forma como os dois centrais se têm comportado mesmo com o vínculo a terminar.
Para a SAD não há dúvidas: Gonçalo é para renovar e atar com um contrato de longa duração. Depois da partida de André Silva para o Milan, e com Rui Pedro longe daquilo que se perspetivou, o filho de Domingos Paciência aparece como a maior esperança atual entre os vários pontas de lança que o FC Porto tem formado em casa. A amostra nos seis meses de cedência ao V. Setúbal (11 golos) é animadora e todos acreditam que o jogador pode afirmar-se definitivamente no Dragão, tenha as devidas oportunidades e esteja ele completamente integrado. Esse é o problema da época que corre. Gonçalo chegou com a máquina (bem) oleada e um esquema tático preparado para dois avançados mais móveis, velozes e fortes fisicamente. O português acrescenta mais-valias técnicas e posicionais, mas deve enquadrar-se à equipa e não houve propriamente muito tempo para isso. Recorde-se que só depois do dia 6 de março é que Sérgio Conceição conseguiu trabalhar com normalidade. Até lá, o ciclo de dois jogos por semana complicava quaisquer que fossem os planos de treino.
Casos de Marcano e Reyes não são para repetir, apesar de os dragões estarem satisfeitos com o profissionalismo de ambos
O avançado sabe que a vontade dos dragões é a sua continuidade. Mas também que a regularidade a um nível alto e a estreia na seleção principal lhe abriram mais portas do que aquelas que já tinha. Por isso, antes de assinar, também quer estar seguro de que terá espaço para se mostrar no clube do coração e será uma aposta firme do treinador. Estes últimos meses não o denunciam totalmente, mas o contexto não era fácil, pois Aboubakar, Marega e Soares têm feito excelentes temporadas e trabalham com Conceição desde o começo.
A conversa decisiva só deve ocorrer depois do final do campeonato. Com contrato até 30 de junho de 2019, Gonçalo vê o vínculo prolongado, sendo certo que a cláusula de rescisão também vai subir. O avançado português é, dos jogadores do atual plantel, um dos que têm cifrada a saída num valor mais baixo: 25 milhões de euros. O último contrato que assinou foi em 2015, antes de ser cedido à Académica.