Opositor da atual Direção, o antigo vice-presidente das águias considera que nenhuma disposição do Benfica refere que o voto eletrónico tenha de ser presencial.
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Luís Nazaré apresentou a demissão do cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica. O dirigente alegou incompatibilidade de posições com a Direção do clube sobre o sistema de sufrágio na próxima AG dos encarnados e deixou a presidência da Mesa, que será ocupada por Virgílio Duque Vieira, até agora vice-presidente do órgão.
Opositor de Luís Filipe Vieira e candidato assumido à presidência do clube no ato eleitoral de outubro, Rui Gomes da Silva reconhece que Luís Nazaré é uma "pessoa de carácter, cujos únicos interesses são a defesa do Benfica". "O presidente do Benfica tem medo de tudo e tem medo que os sócios votem de forma livre, não condicionada, e quer que numa situação excecional de pandemia, as pessoas lá vão com possíveis ajuntamentos. Mas compreendo o medo. Terá medo que os sócios votem em casa, por um sistema que não é normal do que é usado nas votações na Luz", comenta a O JOGO.
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O antigo vice de Vieira também não entende os fundamentos do comunicado das águias. "Não há nenhuma disposição no Benfica que diga que o voto eletrónico tenha de ser presencial. Pelo contrário, há sócios que nas eleições votam de forma não presencial. Não é verdade o que está no comunicado", esclarece, com uma reflexão. "O interesse do Benfica é ter o máximo de gente possível a votar, ou ter mil pessoas em condições que não se sabe quais são? Se forem mil, presumo que não haja AG, porque não podem entrar todas no pavilhão. Quem lá está acha que é o Benfica e por muito que essas pessoas tenham em mente ficar com o Benfica para elas, o Benfica vai continuar sem ser dominado e privatizado por interesses ou pessoas", considera.
"Os interesses do Benfica são os interesses de quem está na Direção, ou são os interesses que se sobrepõem a quem está na Direção?", questionou, abordando também um possível debate com Vieira.
"Quero que a candidatura do atual presidente do Benfica não se sirva dos meios que o Benfica põe à disposição, não se sirva do jornal e BTV. E que se tenha coragem de debater o Benfica, onde ele quiser, até pode ser na Benfica TV, não tenho problema nenhum. Quero é que seja cara a cara para lhe dizer o que acho e o que ele diz, especialmente nos últimos anos, desde que enveredou por um determinado tipo de parcerias e aquilo que vai acontecer no Benfica. Estive lá, com muito orgulho em fazer parte deste caminho, mas acho que neste momento o Benfica precisa de mudar", rematou.