Problemas burocráticos e a pandemia impediram o atacante de viajar até Abidjan, onde nasceu. Não vê os mais próximos há quatro anos, mas no Norte encontrou um lar que lhe traz felicidade
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Sete golos em oito jogos no Campeonato de Portugal fazem de Isaac Cissé a grande figura deste arranque de temporada do Leça, líder da série C do CdP. O último remate certeiro deu a vitória, por 1-0, frente ao Trofense e colocou os leceiros na dianteira isolada do agrupamento.
Isaac Cissé é a figura maior de um arranque de época quase irrepreensível. Tem sete golos em oito jogos e para 2021 um desejo claro: voltar à Costa do Marfim para ver a família
Em Portugal desde 2012, quando aterrou em solo nacional, vindo da Costa do Marfim para jogar nos juniores do União de Coimbra, o avançado natural de Abidjan não vê a família há quatro anos e em Leça encontrou um lar que o ajuda a lidar com as saudades de casa.
"O Leça é uma família. As pessoas privilegiam muito o respeito, são bastante próximas dos jogadores fora do futebol e tudo isto reunido leva-nos a deixar a pele em campo", confidencia. Problemas burocráticos e o surgimento da pandemia impediram Cissé de ir a casa, desejo que espera concretizar em breve. "Vou rezar que tudo corra bem este ano porque quero muito ver a minha gente", frisou.
Isaac Cissé ingressou no V. Guimarães, depois de um ano no União de Coimbra, e ali teve a oportunidade de jogar ora na II Liga, pelo Vitória B, ora no primeiro escalão. A oportunidade foi dada por Rui Vitória, treinador que o atacante jamais esquecerá.
"Eu estava nos bês, mas o Rui Vitória ligava-me muitas vezes para ir treinar com a equipa A. Dava-me confiança e apoiava-me", recorda, enumerando os melhores amigos que lá deixou. "O André André acolheu-me muito bem e o Sacko quando assinou já eu lá estava. Ficámos muito próximos e antes do confinamento costumávamos estar juntos", conta.
Voltando a Leça da Palmeira, Cissé chegou em 2018/19, saiu no início da época passada, mas voltou no mercado de inverno. E é em Leça que diz estar a viver "um dos melhores momentos da carreira". Quanto ao futuro, o discurso é prudente. "Subidas? Vejam os nosso treinos. É cada peladinha... Não temos nenhum objetivo definido, só uma vontade enorme de ganhar", conclui.