"Gestão doentia levou a que o Braga reforçasse um rival com um jogador como Paulinho"
Equipa minhota vai no quarto jogo sem ganhar, com apenas dois golos marcados, e os adeptos falam na perda desportiva que a partida do ponta de lança representou
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O percurso recente do Braga, que vai em quatro jogos sem ganhar, está a causar apreensão nos adeptos.
"Saída de Paulinho foi um erro crasso. Equipa perdeu desportivamente"
Ainda que o empate com o Gil Vicente tenha mostrado uma subida de rendimento da equipa em relação ao jogo anterior (divisão de pontos com o Paços de Ferreira), a falta de eficácia na finalização voltou a ser penalizadora, uma situação sublinhada por Carlos Garcia, treinador e ex-jogador do Braga.
"Para além da sobrecarga de jogos e do cansaço de alguns jogadores-chave, a saída de Paulinho foi um erro crasso. Percebo o negócio, porque a proposta era boa, mas a verdade é que desportivamente a equipa ficou a perder. Era um jogador que proporcionava espaços, sobretudo para o Ricardo Horta, fazia muito bem os apoios frontais e finalizava bem", analisa Garcia a O JOGO.
Para António Duarte, ex-dirigente do clube arsenalista, o momento da equipa explica-se com "crise de confiança, fadiga competitiva e lesões graves de vários jogadores", concordando com Carlos Garcia na questão da saída de Paulinho em janeiro. "Acho que o Braga tinha condições para lutar pelo título, mas uma gestão doentia levou a que o clube fosse reforçar um rival com um jogador como Paulinho", aponta.
Zé Nuno Azevedo, também ex-jogador do Braga, vai noutra direção para explicar a quebra da equipa. "Depois de um período com uma densidade competitiva muito grande, os jogadores não se adaptaram e houve um relaxamento que está a ter consequências no rendimento, uma espécie de descompressão física. A finalização não é o probelma maior, mas é o mais evidente. A intranquilidade está presente por muito que se queira contornar o problema", atira o antigo jogador.
Taça de Portugal é um caso à parte
A quebra de rendimento do Braga não vai ter grandes implicações na final da Taça de Portugal, frente ao Benfica. Essa é a convicção dos adeptos que O JOGO ouviu.
"Este momento vai proporcionar menor desgaste anímico e a equipa pode aproveitar para recuperar o nível que tinha há dois ou três meses", refere Carlos Garcia, ao passo que António Duarte prevê uma "reação positiva" para um jogo que vale um troféu. "O lado emocional é outro e a envolvência também, porque se trata de um jogo diferente", justifica Zé Nuno Azevedo.