O JOGO repassa o desempenho em 2021/22 de todos os jogadores que foram utilizados por Mário Silva na Youth League, em 2018/19. Dez ainda pertencem ao clube e um quarteto conquistou duas dobradinhas.
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Com a iminente transferência de Vitinha para o PSG através do pagamento do equivalente à cláusula de rescisão de 40 milhões de euros, o FC Porto prepara-se para ultrapassar a barreira dos 100 M€ em vendas de jogadores que fizeram parte da conquista da Youth League, em 2018/19.
Fábio Silva foi o primeiro a protagonizar uma transferência, com o Wolverhampton a pagar 40 M€ pelo avançado, no final de uma época (2019/20) que serviu de estreia na equipa principal para vários outros nomes dessa geração.
Fábio Vieira foi um deles e é, desde há poucos dias, jogador do Arsenal, que pagou 35 M€ pelo médio, num negócio que poderá chegar aos 40 M€ mediante a concretização de objetivos.
Três anos depois do pináculo da esperança e das promessas, as respostas à pergunta "onde estão eles agora?" vão desde campeões nacionais pelo FC Porto e internacionais A, como Diogo Costa e Vitinha, a ligas e escalões secundários, sem esquecer que vários jogadores tiveram apenas uma utilização residual na equipa de Sub-19 orientada por Mário Silva. Numa espécie de meio termo, temos Afonso Sousa, que acompanhou O JOGO nesta análise. O médio, que apontou o terceiro golo dos dragões (3-1) ao Chelsea, na final da Youth League, não chegou à equipa principal, mas assim que saiu de casa, em 2020, agarrou a titularidade na I Liga, ao serviço do Belenenses. "Já havia muita qualidade naquela altura, jogadores diferenciados, mas é como tudo. Também já apanhei muitos jogadores diferenciados que hoje em dia já nem jogam", atirou o criativo de 22 anos, na representação do funil de que tanto se fala no fim do futebol de formação.
Quando olhava à sua volta, Afonso via "quatro ou cinco jogadores capazes de chegar ao topo do topo, como Fábio Vieira, Fábio Silva, Vitinha e Diogo Costa, por exemplo". Em resumo, o aproveitamento é alto e é apenas inevitável que uma parte não consiga acompanhar a exigência do futebol profissional, mesmo que por motivos distintos. "Tantos jogadores a chegar a primeiras ligas e a clubes de topo não é comum. Há aqueles que não conseguem continuar com o rendimento, há uns que preferem dar outros passos e, às vezes, é o passo errado. Eu já estava muito confortável na equipa B. Respeitando todas as decisões do treinador Sérgio Conceição, senti que tinha de ir para uma equipa de primeira liga", analisou Afonso Sousa, para quem a abordagem dos clubes à formação está claramente diferente. "Aproveitam cada vez mais a formação porque, além da qualidade, também pensam no retorno financeiro. Mas tem de ser de assim, Portugal está recheado de bons jogadores."
Curiosidades
Quando Baró deixava Vitinha no banco
Em 2018/19, Romário Baró chegou aos 30 jogos pela equipa B e descia aos Sub-19 para competir na Youth League, relegando Vitinha para o banco. O médio que está perto de se tornar reforço do PSG fez apenas 163 minutos na prova da UEFA e nunca foi titular. Paulo Estrela, por exemplo, que nesta época acumulou 22 jogos pelos Sub-23 do Portimonense, somou 446 minutos na Youth League.
Caminhos opostos para os colombianos
O extremo Ángel Torres e o avançado Juan José Perea chegaram à Invicta em 2018, provenientes da Dragon Force de Bogotá, na Colômbia. Nos Sub-19, Ángel destacou-se mais, foi titular na final da Youth League (fez uma assistência) e rumou ao Alverca em 2020/21. Perea foi mais discreto e assinou pelo Panathinaikos na época seguinte. Não foi muito feliz, mas teve um desempenho interessante no PAS Giannina, sexto classificado da liga grega, ao apontar dez golos em 33 jogos.
Dois nomes numa estreia recente
Em 2021/22, o extremo Gonçalo Borges e o guarda-redes Francisco Meixedo foram os últimos jogadores da geração da Youth League a estrearem-se na equipa principal. Quase todos os outros já atingiram essa meta ou então já saíram do clube. São exceções o defesa central Levi Faustino e o médio Mor Mdiaye, que jogaram pelo FC Porto B esta época.
Equipa B foi etapa para quase todos
Entre os Sub-19 e a chegada à equipa principal do FC Porto, os bês serviram de transição para quase todos os jogadores. A exceção foi Fábio Silva, que embora tenha atuado em três jogos na Liga SABSEG, fê-lo a meio da época para recuperar algum ritmo competitivo. Na época anterior à conquista da Youth League, Diogo Costa e Diogo Leite já tinham em mais de 30 jogos pela equipa B.