Extremo leonino está em Moçambique e no programa “Bar”, da liga local, diz que avisou os seus representantes para falarem consigo apenas quando regressar. Deixou ainda elogios a Gyokeres e a Rúben Amorim
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Geny Catamo encontra-se em Moçambique a gozar os últimos dias de férias antes de regressar a Portugal e foi o convidado do programa “Bar”, da liga local, onde abordou a carreira e o futuro, nomeadamente o eventual interesse de outros clubes europeus, deixando claro que não quer ouvir falar disso nesta altura.
“Não gosto de ler notícias sobre o mercado de transferências, sobre interesse, abordagens, o que seja. Não importa se são notícias boas ou más, não quero que me digam, nada”, começou por dizer, explicando: “Disse aos meus empresários: o vosso trabalho é tratar dessas coisas, no final das férias ponham-me a par de tudo. A minha cabeça é para me focar no trabalho, nos jogos, nas conquistas que pretendemos. Estou de férias em Moçambique, a descansar. Se os meus agentes tiverem algo a dizer terão de esperar que regresse a Portugal.”
Depois de uma época que valeu a conquista da dobradinha, Geny Catamo realçou a importância do ambiente que se vive na equipa leonina. “É um prazer para todos nós representar o Sporting, fazer história e a deixar um legado. Não só pelo Viktor, mas também por todos nós. Por mim, pelo Morten, pelo Zeno, o Inácio, o Pote, o Nuno, todos. É a importância do que nós criámos como grupo, a união que nós temos. Eu digo que é muito difícil encontrar um grupo que seja tão unido como o nosso”.
Autor de vários golos importantes nas duas últimas temporadas, o internacional moçambicano agradece o carinho dos adeptos. “É um orgulho perceber que há muita gente que criou essa paixão por mim, principalmente os sportinguistas. Acho que eles também sentem aquilo que eu sinto ao representar o Sporting, porque eu tenho uma enorme paixão por representar o Sporting.”
“Acho que fui um dos que chorou mais”
Geny Catamo reconhece a Rúben Amorim, antigo treinador do Sporting, um papel decisivo na sua carreira e lembra o regresso ao Sporting. “Era o último dia no Vitória, onde estava emprestado. No regresso a Lisboa, eu, o meu pai e uns amigos, parámos em Fátima para rezar. Pusemos uma vela a agradecer tudo o que tem feito por nós e para pedir a Nossa Senhora pelo meu futuro. Fomos almoçar e nem cinco minutos depois de nos sentarmos recebi uma mensagem no telemóvel do Rúben Amorim a dizer que contava comigo. E para cuidar de mim nas férias, esperava que aparecesse em boa condição e com muita vontade de trabalhar”, contou, prosseguindo: “Comentei baixinho com o meu amigo e ele respondeu logo: 'São coisas de Deus...' Foi um dos momentos em que me senti mais valorizado. Senti a confiança que estava a depositar em mim. Nós precisamos de sentir confiança e o Ruben transmitiu-me de forma muito positiva e encorajadora. Senti que só tinha de responder dando o máximo.”
O futebolista de 24 lembrou ainda a despedida de Amorim com uma reviravolta por 4-2 em Braga. “Uma semana antes soubemos que o Manchester United estava interessado no mister. O Rúben Amorim só nos dizia que estava tudo bem, para não nos preocuparmos, só tínhamos de nos preocupar com o jogo em Braga. Foi um jogo épico, a perder 2-0 e dar a volta para 4-2 na segunda parte, o melhor futebol que jogámos em toda a época. Estávamos a festejar todos no balneário, o mister chegou e deu-nos a notícia que ia mesmo para o Manchester United. Ficávamos tristes e chorámos. Acredito que fui um dos que mais choraram naquele dia”, completou.