<strong>ENTREVISTA (PARTE III) - </strong>O defesa uruguaio admite que aprendeu com todos os treinadores, de Jesualdo Ferreira a André Villas-Boas, passando ainda por Luís Castro, e garante que não guarda ressentimento de Paulo Fonseca.
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Fucile guarda grandes recordações de Jesualdo Ferreira e André Villas-Boas, os treinadores com quem ganhou mais títulos no FC Porto. Elogios ainda para Vítor Pereira e Luís Castro. Em 2013/14 foi treinado por Paulo Fonseca e nem acabou a época, mas não guarda ressentimento.
Qual foi o melhor treinador que teve?
-Jesualdo Ferreira e André Villas-Boas foram os melhores, sem dúvida nenhuma. De longe.
"Jesualdo Ferreira era um professor, ensinava tudo como quem ensina os meninos"
O que aprendeu com eles?
-Tudo. Jesualdo Ferreira era um professor, ensinava tudo como quem ensina os meninos, desde a receção de bola às transições rápidas, passando pelo posicionamento em campo. Ajudou-nos muito na nossa personalidade, carácter e maturidade. Foi importante, porque muitos de nós éramos uns meninos e estávamos a chegar a um grande clube.
E com André Villas-Boas?
-Villas-Boas ensinou-nos muito. Era também um professor. Dava-nos muita confiança tanto dentro como fora do campo. Ele acredita muito nos jogadores e quando confia é a cem por cento. Tira o melhor dos jogadores, é um psicólogo dentro e fora do campo. Queria que tivéssemos sempre a bola e fomos os melhores da Europa. Só não pudemos ganhar ao Barcelona [na Supertaça Europeia] por coisas do futebol... Nada mais.
Gostou de trabalhar com Vítor Pereira?
-Gostei muito de trabalhar com ele. É um grande treinador e uma grande pessoa. Diz o que tem a dizer na cara.
No regresso após o empréstimo ao Santos, foi ainda treinado por Luís Castro. Com que ideia ficou?
-Luís Castro já tinha qualidade para ser treinador e está a mostrar isso. Está a realizar um grande trabalho.
A única amargura foi Paulo Fonseca?
-Não estou amargurado com nenhum treinador. Aprendemos sempre com todos, seja para o bem ou para o mal. Aprendemos com todos até para um dia podermos ensinar aos nossos filhos o que é bom ou mau.
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"GOSTAVA DE VOLTAR A PORTUGAL"
Aos 34 anos, Fucile sente-se fisicamente em boas condições e analisa a hipótese de regressar a Portugal.
Admite voltar ao futebol português?
-Vim ao Porto para matar saudades dos meus amigos, mas obviamente que se surgir o convite de uma equipa, podemos falar. Tenho equipas interessadas na minha contratação do Brasil e de outras que queriam que eu voltasse, mas a possibilidade que mais me agrada é voltar ao futebol português, até porque já me sinto mais um português. Tenho família em Portugal e no Uruguai. Portanto, vou esperar para ver o que acontece.
"Vim ao Porto para matar saudades dos meus amigos, mas obviamente que se surgir o convite de uma equipa, podemos falar"
Já teve alguns contactos de equipas portuguesas?
-Esse assunto está entregue a um amigo meu, ele é que está a tratar disso. Se surgir uma equipa onde me sinta confortável, podemos analisar e ver o que acontece.
CONTACTADO POR BENFICA E SPORTING
Sem abrir o jogo, Fucile admite que Benfica e Sporting chegaram a mostrar interesse em contratá-lo. "Quando um jogador está para sair é normal que te chamem e que te queiram contratar, mas o meu sonho era jogar no Nacional, a equipa do meu coração. Posso dizer que joguei na maior clube de Portugal e no maior clube do Uruguai", reforça, garantindo que os dois rivais lisboetas falaram com o seu representante. "Mas o meu objetivo era jogar no maior clube do Uruguai, depois de cumprir o sonho de jogar na Europa. O FC Porto é o FC Porto. Já não havia maior aqui", justifica.