Extremo não foi titular nos últimos três jogos e o psicólogo Ricardo Gomes Porém vê Amorim preocupado com a cabeça do canhoto.
Corpo do artigo
Francisco Trincão foi a contratação mais sonante para o ataque do Sporting e, apesar de ter feito 31 dos 32 jogos pelos leões, perdeu espaço.
Recebeu ontem, quarta-feira, na Academia, o prémio de melhor jovem de novembro, mas está num momento bem diferente.
Apesar de ter melhorado a jogar a partir da esquerda, como o próprio treinador reconheceu, o canhoto perdeu a titularidade quando Pedro Gonçalves saltou do meio-campo para o ataque. Pela primeira vez na época, Trincão vai em três jogos seguidos sem ir ao onze. O JOGO sabe que Rúben Amorim tenta dar confiança ao jogador, mas também o corrigiu em várias ocasiões e esperava mais dele.
Ricardo Gomes Porém, psicólogo desportivo, analisa o momento do atleta de 23 anos: "Não conheço o jogador. Estamos a falar conceptualmente. O jogador criou expectativas de que iria jogar muito, de que iria ser importante. Era fundamental para ele porque vinha de temporadas menos conseguidas. Acreditou que o treinador teria alguma paciência e que lhe daria oportunidades, até porque o Rúben conhece-o bem. O atleta tem de fazer um "reset" [reiniciar] nas suas expectativas. Trincão tem de diminuir a carga que colocou nele mesmo. O que mostra, neste momento, é que está a fazer exatamente o oposto disto, porque sempre que entra parece que se está a querer mostrar-se. E quando isso acontece o stress aumenta, os músculos ficam tensos e só piora o rendimento."
O especialista em rendimento desportivo elabora como este período menos bom em termos mentais é especialmente crítico num criativo: "Gosta de ir no 1x1, gosta de finalizar. É muito importante fazer golos [tem 6], mas tudo tem de ser orgânico, tem de haver confiança suficiente para rematar de uma zona inesperada. Tudo isso tem impacto num jogador que tem na motricidade fina o grande atributo. Não se sente que tenha acrescentado, pelo menos face ao que se esperava dele."