O Benfica anunciou a saída de Paulo Gonçalves na segunda-feira
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"A maior prova de que Paulo Gonçalves agiu sempre com conhecimento da Administração da SAD é que após ter sido constituído arguido e detido, em março, e se ter conhecimento de todos esses factos, a SAD manteve-o a fazer as mesmas coisas e a representar o clube na Liga", recordou Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, esta terça-feira. "Manter Paulo Gonçalves e receber elogios de toda a parte só vem demonstrar que tinham conhecimento de todos os atos dele. Ele sair agora é tentar emendar a mão. O comunicado tem aspetos surreais: processo nada relacionado com as suas funções? Acham que somos parvos? Tinha tudo. Depois, reconhecem lealdade, profissionalismo, integridade e dedicação. Não se demite alguém assim. Há duas semanas, no Expresso, uma fonte do Benfica disse que a saída de Paulo Gonçalves seria uma confissão de culpa do Benfica. E agora, é isso? É uma fuga para a frente? O Titanic afunda e a orquestra continua alegremente a tocar. Se isto tivesse acontecido quando se teve conhecimento destes atos, era normal. Mas o que fizeram foi elogia-lo, e protege-lo. Isso só demonstra a culpa de todos daquela entidade e o Benfica vai ter de sofrer as consequências e tem consequências desportivas", afirmou.
O diretor portista deteve-se ainda na acusação que resulta ao E-Toupeira. "Na acusação está lá o número de vezes que os processos foram consultados e o que foi mais vezes é o do emails. E porquê? Porque os preocupa. Em causa está a violação da regras normais da competição desportiva. O Benfica adulterava a competição através desses esquemas. Isso não tem a ver com corrupção desportiva? O segundo mais consultado era o dos vouchers, o Benfica, moralmente, sente-se culpado e por isso foi espiar aquilo. Se era apenas e só cortesia porque foram consultar centenas de vezes em curto espaço de tempo. É legítimo ter algumas interrogações. Há quanto tempo o Benfica fazia isto e tirava vantagem por saber coisas antecipadamente?", finalizou.