"Essa ideia pode surgir pela intoxicação permanente do Benfica oficial e oficioso"
Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, considera que a acusação que pende sobre o Benfica pode ter consequências desportivas
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Francisco J. Marques, de regresso ao programa Universo Porto de Bancada, do Porto Canal, comentou a decisão, conhecida esta quarta-feira, da alteração da medida de coação de José Augusto Silva, que passou de prisão preventiva para prisão domiciliária."Foi uma alteração da medida de coação. Do ponto de vista humano, é melhor para ele. O juiz considerou que não havia perigo de continuar atividade criminosa. Não vai afetar a marcação de julgamento se o juiz assim decidir depois da instrução", disse o diretor de comunicação do FC Porto.
Os últimos desenvolvimentos do caso E-Toupeira estiveram, naturalmente em destaque. "Não tenha essa ideia, antes pelo contrário", afirmou quando questionado sobre a ideia de que o caso não terá consequências desportivas. "Essa ideia pode surgir na opinião pública pela intoxicação permanente do Benfica oficial e oficioso. Uma das que tem sido ditas, erradamente, é que só existe a vertente desportiva por causa do Júlio Loureiro devido ao eventual acesso a dados de árbitros. Não é isso que está na acusação. Ele está acusado de oferta de recebimento indevido de vantagem. Deste crime está acusado também o Paulo Gonçalves e a SAD do Benfica", afirmou, prosseguindo sem se deter. "Diz-se que é uma pena acessória como se fosse algo invulgar [...] Esta pena acessória significa que pode se condenada, juntamente com a multa, a três meses a seis anos de afastamento das competições de futebol profissional. Lendo a acusação não parece que seja difícil estabelecer, o Ministério Público acha isso e por isso inclui este crime de corrupção desportiva".
O diretor portista referiu-se ainda ao facto de Luís Filipe Vieira não ser arguido, visto por muitos como alvo que retira peso ao argumento de que o Benfica SAD pode ser condenada. "Os atos de corrupção não têm necessariamente de ser praticados pelo topo da hierarquia de uma empresa. Neste caso, supostamente foram praticados pelo Paulo Gonçalves, que era funcionário do Benfica à data dos factos"