França resgata 26 terabytes de documentos de Rui Pinto ao recear destruição em Portugal
Os ficheiros estão encriptados e por isso só podem ser acedidos com a ajuda do denunciante do Football Leaks
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Autoridades francesas resgataram 26 terabytes (26 mil gigabytes) de documentos de Rui Pinto ao recear destruição em Portugal, avança esta sexta-feira a Der Spiegel. Segundo a publicação alemã, autoridades francesas especializadas em crime económico apressaram-se a viajar a Budapeste para negociar com a justiça da Hungria a cópia de todo o acervo de Rui Pinto com receio que os ficheiros acabassem destruídos em Portugal, para onde o denunciante foi extraditado na passada semana.
Para ter uma noção do volume de documentação em posse das autoridades portuguesas e, sabe-se agora, igualmente em posse das autoridades francesas, refira-se que o denunciante português já entregou até agora cerca de 3.4 terabytes de informação à comunicação social, o que equivale a 70 milhões de documentos, muitos deles divulgados pela revista alemã e que deram origem a diversas investigações judiciais.
Os ficheiros estão altamente encriptados e por isso só podem ser acedidos com a ajuda do denunciante do Football Leaks. A publicação adianta ainda que as autoridades francesas não se limitaram a recolher o máximo de informação, mas criaram também uma "força internacional" para investigar os possíveis crimes de "colarinho branco", expostos através do Football Leaks. No mesmo sentido, as autoridades francesas estão disponíveis para, numa primeira fase, partilhar os documentos com as autoridades belgas e, depois, com outros países europeus e com os Estados Unidos da América.
Segundo o Der Spiegel na próxima segunda-feira, 1 de abril, os advogados de Rui Pinto, acompanhados pela eurodeputada Ana Gomes, e ainda do denunciante do LuxLeaks, Antoine Deltour, darão uma conferência de imprensa em Lisboa para discutirem a atual situação de Rui Pinto, que, desde o dia 21 de março se encontra em prisão preventiva numa ala de segurança das instalações da Policia Judiciária, em Lisboa.
A eurodeputada portuguesa, entretanto, reagiu na rede social Twitter, saudando o resgate dos documentos pelas autoridades francesas (em baixo)
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