Satisfeito com o trabalho realizado no Bonfim, Julio Velázquez explicou a saída e revela estar a estudar as propostas recebidas para novos desafios.
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Depois de comandar Belenenses e Vitória de Setúbal, Julio Velázquez olha para o futuro e está agora a analisar as propostas em cima da mesa. Em entrevista a O JOGO, não fecha as portas à continuidade em Portugal e explica os motivos que levaram à sua saída do Bonfim. Falando sempre em seu nome e da equipa técnica, o espanhol deu algumas explicações curiosas.
Na última época orientou o Vitória de Setúbal entre novembro e julho. Qual o balanço que faz desta temporada?
- Decidimos apostar em novembro e encontrámos uma equipa com muitas dificuldades ao nível da dinâmica de jogo, dos resultados, e fiquei muito satisfeito como correu tudo até ao confinamento. Temos de lembrar que não pudemos fazer quase nada no mercado de janeiro devido às eleições e, ainda assim, a prestação da equipa foi muito boa, ficando nos lugares de meio da tabela. Com as dificuldades em que encontrámos a equipa em novembro, acho que se fez um trabalho extraordinário.
Acabou por deixar o clube antes do final da temporada. O que levou a esta tomada de decisão?
- Decidimos sair por diferentes razões, deixando a equipa em posições de assegurar a permanência e com a mentalidade de que fizemos um grande trabalho. Foi-nos oferecida a renovação antes, durante e depois do confinamento, e ficámos muito felizes na cidade e com os adeptos, mas o projeto não era o que pretendíamos e decidimos falar com o clube para sair. Não tínhamos ideia de continuar no projeto e não íamos renovar o contrato, pelo que decidimos sair com consciência tranquila.
A carreira de Julio Velázquez pode continuar em Portugal, até porque gosta do país, da Liga e das poessoas. E diz-se orgulhodo do trabalho feito no Vitória de Setúbal, apesar da saída
Como viu a última jornada do campeonato, na qual o Vitória conseguiu o triunfo que garantiria a permanência na I Liga?
- Fiquei muito feliz porque é uma equipa da qual só posso dizer que os adeptos trataram-nos muito bem e gostamos muito da cidade e da história do clube.
Com a nova época a aproximar-se, tem recebido propostas de outros clubes?
- Tivemos convites de Espanha, de Portugal e de outros países, mas decidimos esperar. Estou num período de análise e de espera, a aguardar que chegue o projeto que queremos.
Por várias vezes elogiou o campeonato português. Um regresso é possibilidade?
- Perfeitamente. Gosto muito do país, da Liga e da mentalidade portuguesa. É uma liga onde valorizo trabalhar e vejamos o que acontece, seja agora ou mais tarde. Somos profissionais e temos de ter uma mentalidade aberta. Pode ser que treinemos em Espanha, Portugal, Itália ou qualquer outro país, mas não me foco num país concreto. O campeonato português é uma prova que tem capacidade para evoluir, onde há sempre bons jogadores e treinadores. Espero que seja um campeonato competitivo e, mais importante, que faça desfrutar os adeptos.
O que espera da próxima época, que terá a pandemia como condicionante?
- Gostaria que pudéssemos retomar a normalidade o mais cedo possível, mas não está fácil. Até haver vacina, vai ser uma situação difícil. Este foi um período muito difícil a nível emocional e de saúde. Mudou muita coisa na vida. Ainda hoje há campeonatos que terminaram e outros não, as competições europeias continuam... É um momento muito particular no futebol em geral.