Presidente da Federação Portuguesa de Futebol alertou para a necessidade de insistir nos apoios ao Desporto e vinca: "Sem apoios e respostas, pode acabar".
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Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), foi ouvido esta quarta-feira na Audição Pública da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, através de videoconferência, e voltou a alertar para as grandes dificuldades que o sector do Desporto tem encontrado no contexto da pandemia da covid-19.
Em representação das federações de futebol, andebol, patinagem, voleibol e basquetebol, o líder da FPF vincou, na sua intervenção, que "sem apoios e respostas, o Desporto pode acabar".
"Vivemos tempos difíceis. Atravessamos um período delicado da nossa história desportiva. Estamos cercados por um clima de incerteza e exigem-se referenciais para superar os desafios causados pela pandemia. O Desporto não vive fora desta realidade. A inatividade, que é feita, sobretudo, pelos escalões de formação, aliada à falta de sustentabilidade devido à queda abrupta das fontes de receita, empurraram o Desporto para um cenário cada vez mais dramático e negro. Sem apoios e respostas o Desporto pode acabar", começou por alertar Fernando Gomes, que referiu mesmo que "o Estado não pode ter dois peses e duas medidas, consoante o sector de atividade":
"O Estado não pode ter dois pesos e duas medidas consoante o setor de atividade. O Desporto e o futebol em particular foram obrigados a parar a sua atividade. Foram obrigados a não ter espetadores nos seus recintos desportivos. Se outros sectores de atividade têm subsídios e apoios porque foram obrigados a parar a sua atividade, é mais do que justo que o Governo tenha a capacidade de apoiar este setor de uma forma abrangente e generalizada. Não é demais realçar que o Desporto não está contemplado no conjunto de apoios baseado no programa de revitalização e resiliência, vulgarmente chamado de bazuca. O Comité Olímpico, o Comité Paralímpico e a Confederação do Desporto fizeram uma proposta de intervenção aquando do Orçamento de Estado que acabou por não ser considerada. O que se entendeu ser uma manifestação clara de desprezo ao movimento associativo e ao Desporto", acrescentou o presidente da FPF, que aponta para os números: em relação à época passada, cerca de 500 clubes de futebol fecharam portas:
"No caso do futebol este encerramento de clubes entre a época passada e a atual situa-se ao nível dos 25%. Tínhamos cerca de 2000 clubes e neste momento temos cerca de 1500", rematou.