Felipe está convencido que deixou o epíteto de "Vale-Tudo" em Portugal, onde, diz, os homens do apito não "deviam estar sempre a parar o jogo"
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Deixou o FC Porto com o epíteto de "Vale-Tudo" atado pelo Benfica, mas em Espanha acredita que é apenas Felipe, o novo patrão da defesa do Atlético de Madrid. A afirmação no emblema colchonero surgiu a partir de outubro, quando as exibições o fizeram saltar para as primeiras páginas do jornais e motivaram uma comparação com um dos históricos do clube: Diego Godín. Ainda assim, o central vinca que pretende escrever a própria história, se possível bem diferente da que lhe quiseram escrever em Portugal, embora não se importasse que os rivais do clube de Madrid também lhe colocassem um apelido. "Pode ser qualquer um, desde que esteja a fazer um bom trabalho", garante o brasileiro.
Já se sente o Xerife da defesa do Atlético de Madrid?
[risos] Não. Sinto-me à vontade, porque estou a fazer uma sequência importante de jogos e é difícil para quem chega jogar assim. Não me sinto o Xerife, mas sinto-me muito importante.
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Qual é o peso de ter sido o defesa mais caro [20 milhões de euros] da história do clube?
-Para ser sincero, no início nem sabia disso. Foi só depois de ter começado a jogar que fui ver. Não levo isso em consideração e, mesmo que soubesse antes, também não carregaria esse peso, porque já vinha a fazer um bom trabalho no FC Porto e só precisava de dar sequência. Sabia que ia ser difícil, é normal, porque o Atlético tem grandes jogadores na defesa. Mas agarrei a oportunidade e agora essa pressão já passou.
Já lhe chamaram o novo Godín. Como lida com as comparações com um histórico?
[risos] É bom, porque o Godín fez uma história incrível no Atlético. É um elogio, faz-me sentir muito importante, mas não me encaro como o novo Godín. Sou o Felipe, tenho características um pouco diferentes e tenho de fazer a minha história, não me agarrar a um nome que já fez uma história incrível. Fico contente, mas agora é o Felipe que está a começar uma história no Atlético de Madrid.
Acredita que se livrou do apelido de "Felipe Vale-Tudo" que lhe colocaram em Portugal?
[risos] Acho que eles ainda não se esqueceram. É normal. Mas é como sempre disse em todas as entrevistas: era ruim se fossem os meus adeptos. Como vem dos meus rivais, isso alimenta-me muito mais. Mas não carreguei nada dessas provocações de Portugal, porque já passou. Fiz um grande trabalho no FC Porto, mas hoje estou no Atlético, defendo esta camisola e, se os rivais de agora quiserem, também podem colocar-me um apelido. Pode ser qualquer um, desde que esteja a fazer um bom trabalho aqui.
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Sente que os árbitros em Espanha são mais compreensivos com o seu estilo de jogo?
Ao longo deste tempo deu para perceber que eles conversam bastante, são mais acessíveis a muitas coisas e que em Portugal pecam um pouco nessa parte. Não é que eu seja um jogador muito agressivo, mas em Portugal podiam ser mais tranquilos com certos lances, não estar sempre a parar o jogo ou a dar cartões amarelos ou vermelhos e permitir que o jogo seja mais jogado. Aqui são mais acessíveis e o jogo torna-se mais gostoso, porque é mais disputado, ao estilo que eu gosto. Às vezes passo um pouco dos limites, é normal, mas gosto muito deste estilo de jogo.