ENTREVISTA O JOGO >> garantindo "respeitar" Bruno Lage, o sérvio Fejsa entende que, caso tivesse tido oportunidades, teria outro rendimento
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Confessando ter sido difícil deixar a Luz, aponta uma "decisão técnica" para o fim da ligação às águias.
Despediu-se em setembro do Benfica. Como foi?
-Foi uma grande emoção... Tive tempo para me preparar, e à minha família, mas foi muito difícil. Vai ser sempre o meu clube. Aprendi a amar o Benfica e o mais importante é que nunca vou esquecer os anos em que estive no clube.
"Mudei-me para o Alavés porque houve uma decisão técnica que me fez ver que tinha perdido o meu espaço. Tinha de jogar e não me arrependo"
Já não se sentia desejado?
-Se o Benfica quisesse que eu ficasse, claro que estaria no clube.
Por que razão teve de sair para o Alavés e depois, em definitivo, para o Al-Ahli?
-Mudei-me para o Alavés porque houve uma decisão técnica que me fez ver que tinha perdido o meu espaço. Estava há muito tempo sem competir ao nível a que estava habituado e tinha de jogar. Não me arrependo de ter ido para o Alavés. Fui feliz em Vitória e agradeço ao clube pela forma como fui tratado.
Bruno Lage chegou a dizer que era o melhor médio do Benfica, mas não chegou a ser um titular indiscutível com ele. Porquê?
-Respeito o Bruno Lage como respeitei todos os meus treinadores. Sei o que podia ter dado ao clube e estou certo que teria dado muito mais, mas ele decidiu assim. Respeito-o, mas claro que não estava satisfeito, nada mais.
Admitindo que o dinheiro foi "importante" para o ingresso na Arábia Saudita, frisa que continua a lutar por títulos no Al-Ahli Jeddah. E com 23 títulos, 13 nos encarnados, fala de uma "grande carreira"
A transferência para a Arábia Saudita estava nos seus planos? É uma "reforma" dourada pelos salários que são pagos aí?
-O dinheiro é importante, claro. Foi uma oferta que me agradou. Apesar disso, vim para cá porque existe a ambição de ganhar títulos e apresentaram-me um projeto vencedor. Este clube joga para ser campeão e para lutar em cada jogo da Champions League asiática.
Como avalia o futebol na Arábia Saudita?
-É um futebol diferente daquele a que estamos habituados na Europa, mas há qualidade. Há competição, jogadores de boa qualidade e a maioria joga com o coração, como verdadeiros lutadores. Os jogadores locais impressionaram-me, porque o nível é razoável e está a tornar-se cada vez melhor. Além disso, a mentalidade competitiva melhorou muito.
Conquistou já 23 títulos, 13 deles pelo Benfica. Sente que teve até aqui uma carreira brilhante?
-Sinto que estou a fazer uma grande carreira. Dei o meu máximo em todos os clubes e vim para o Al-Ahli com a condição de lutar por títulos. Claro que não posso mentir-me a mim próprio, foi no Benfica que vivi os meus melhores anos e vai ser difícil voltar a ter as mesmas emoções.
"Apesar de ter vencido muitos títulos, faltou um título europeu. Será muito difícil de acontecer"
O que faltou?
-Apesar de ter vencido muitos títulos, faltou um título europeu. Sei que será muito difícil agora de acontecer.
Qual é o objetivo que ainda tem para concretizar?
-Ganhar mais títulos.
Olhando para trás, que momento destaca na sua carreira?
-Cada título que ganhei e jogar pela Sérvia nos Jogos Olímpicos de 2008.
O que teria feito de forma diferente?
-O que mudar numa carreira na qual ganhei 23 títulos? Tudo está a correr como desejo e até ainda melhor do que pensava.