Desde a estreia a sénior, em Chaves, cedido pelo Boavista, até ao Salgueiros, são 14 os clubes representados. Diogo Valente nunca esteve mais de dois anos seguidos no mesmo emblema...
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Reconhece as diferenças do início de carreira para o momento atual, considerando-se melhor taticamente. Quer ajudar o Salgueiros a subir à Liga 3 e não pensa pendurar as chuteiras... pelo menos enquanto a "paixão" falar mais alto.
Qual é a diferença do Diogo Valente que começou a jogar, como profissional, no Chaves, e o Diogo do Salgueiros?
-A diferença é, sobretudo, ser agora um jogador muito mais maduro, com uma cultura tática bastante evoluída, fruto do trabalho dos muitos treinadores que apanhei e que me fizeram evoluir. O jogador de futebol, no futuro, tem de ter essa capacidade e inteligência tática, porque o jogo está cada vez mais tático. A nível físico, obviamente que não tenho a mesma disponibilidade que tinha quando estava no Chaves. Mas sei ocupar muito melhor os espaços, sei gerir melhor os meus índices físicos e isso faz de mim melhor jogador.
Porquê o Salgueiros?
-Pelo clube que é, pelo passado no futebol português e pelo projeto, pelas pessoas que querem devolver o Salgueiros aos patamares de outros anos, e que todos nos lembrámos. Também ajudou a abordagem que me foi feita pelo treinador, que já acompanho há alguns anos, e que depositou grande confiança em mim. A minha prioridade era a Liga 3 e não o Campeonato de Portugal. Surgiram duas abordagens, mas o Salgueiros foi a escolha acertada. É um clube muito querido das pessoas.
Quais são as expectativas para a época?
-Individualmente, é manter o nível que tenho apresentado nos últimos anos, fazer muitos jogos, apresentar-me na melhor forma física. Tenho de ter golos, assistências e contribuir para o mais importante, que é o coletivo, e fazer com que o Salgueiros ganhe os seus jogos, para que o objetivo seja atingido. E o objetivo é, claramente, subir à Liga 3.
Deu nas vistas pelo Boavista, chegou ao FC Porto, onde foi campeão (2006/07). Como era esse plantel?
-Cheguei ao FC Porto numa época em que tinha um plantel recheado de estrelas, de qualidade enorme. Não era fácil jogar. Também não tive essa felicidade porque fui contratado pelo treinador Co Adriaanse, que na pré-época acabou por sair, e chegou outro treinador [Jesualdo Ferreira] que acabou por não apostar em mim. São opções. Mas foi incrível conviver com jogadores que admirava na infância: o Vítor Baía, o Pedro Emanuel, o Lucho González, o Quaresma, Raúl Meireles, Bosingwa; alguns tinham sido meus colegas na seleção de sub-21. O que mais me surpreendeu foi a humildade que esses craques tinham, a capacidade de trabalho e a ambição. O FC Porto consegue sempre formar grandes grupos. Dentro do treino é um empenho e uma exigência incríveis, dão o máximo; fora do treino são verdadeiros amigos. Essa é a mística do FC Porto.
Até quando pensa jogar?
-Agora, é ano a ano. Avalio se mantenho a minha paixão e disponibilidade para jogar. Acabei este ano o nível II de treinador e certamente ficarei ligado ao futebol, mas ainda não pensei nisso.
A longevidade dos atletas está a mudar?
-Sem dúvida. No início da minha carreira apanhei jogadores mais velhos, e noto que, hoje em dia, os jogadores mais velhos têm muito cuidado. Já se cuidam muito mais, não só na alimentação mas também na recuperação física. É o que tenho feito, já conheço muito bem o meu corpo, sei o que ele precisa e trabalho de acordo com isso.