Contas do primeiro semestre vão ser apresentadas até segunda-feira e clarificar os valores, mas é certo que vários jogadores vão sair no verão. Liga Europa era sonho de 25 milhões.
Corpo do artigo
As consequências desportivas da saída de cena na Europa ainda estão por perceber, e até há quem defenda que a folga no calendário pode ajudar a ter melhores resultados na Liga.
11857474
As financeiras, porém, têm uma medida exata: sete milhões de euros estimados no orçamento para 2019/20 (estavam previstos 16,7 milhões de euros em prémios da UEFA e só entraram 9,6 nos cofres) foram por água abaixo. E, em última instância, terminou o sonho de vencer a prova e arrecadar quase 25 milhões de euros (entre prémios nesta prova e na Supertaça Europeia, que ficava logo assegurada), suficientes para colmatar algumas das necessidades contabilísticas e financeiras até ao final de junho. Vão ser precisos mais de 100 milhões de euros em receitas extraordinárias para cumprir com o fair play financeiro da UEFA.
Há um ano, o FC Porto encaixou quase 80 M€ em prémios na Liga dos Campeões. Este ano não chegou aos 10 M€ na Liga Europa
O FC Porto informou, em outubro, da necessidade de realizar acima de 65 milhões de euros em mais valias com transferência de passes de jogadores. E o orçamento prevê um encaixe líquido de 77,9 milhões de euros na diferença entre vendas e compras de jogadores. São coisas diferentes. No período contabilístico em questão já entram as compras de Marcano, Marchesín, Uribe, Zé Luís, Nakajima e Luís Díaz (acima dos 50 M€), bem como as vendas de Óliver, Osório e Galeno (rondam os 20 M€). Ou seja, um "défice" suplementar de 30 milhões que aponta ao tal mínimo que será sempre superior a 100 milhões de euros. E tudo até 30 de junho, data limite para fechar as contas 2019/20 e sair do regime de fair play financeiro da UEFA, ainda que a entidade possa continuar a monitorizar os azuis e brancos. O organismo que tutela o futebol europeu não está para brincadeiras e o caso Manchester City é sintomático.
Com a dupla derrota frente ao Bayer Leverkusen, a necessidade agravou-se. É que vencer a Liga Europa, além dos tais 25 milhões de euros, garantia a entrada direta na próxima Liga dos Campeões, valorizava o plantel e capitalizava a imagem da estrutura até em termos comerciais, com reflexos naturalmente muito positivos.
Reforços da casa difíceis e um trio para render
Se a SAD quiser, a partir de julho, ir ao mercado e garantir que as "baixas" de verão são devidamente compensadas, é até possível imaginar que o próximo exercício contabilístico volte a prever a necessidade de vender em boa medida. É claro que a SAD pode sempre optar por avançar para 2020/21 sem reforços de verão, mas isso obrigaria a uma aposta redobrada na formação ou nos jogadores que estão emprestados. E, desses, só Saidy Janko, Diogo Queirós e Fernando Andrade têm feito o suficiente para poderem sonhar com o regresso a casa. Na equipa B e nos sub-19 também não há muitas novidades além das já referenciadas. E o trajeto dos juniores tem sido uma desilusão para todos.
No atual plantel, Alex Telles, Danilo e Marega serão aqueles cujos processos mais facilmente podem andar. O trio tem sido muito cobiçado em mercados recentes e o lateral-esquerdo não pára de se valorizar. Aliás, está a menos de um ano e meio de terminar contrato e isso também pode ser decisivo para a venda do passe. Corona, Otávio e Soares são outros que têm recebido sondagens preliminares por parte de alguns clubes.