Nulo com o Benfica e desaire contra o Nottingham mostraram um FC Porto bem menos perigoso do que estava a ser regra. Ainda assim, os dragões mantêm-se sólidos no desempenho defensivo.
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O FC Porto saiu de Inglaterra com a primeira derrota (2-0) da temporada, ao 12.º jogo e num país onde nunca venceu, com os jogadores a admitirem que as dificuldades levantadas pelo Nottingham Forest foram significativas. Perder uma partida da marca dos 11 metros é frustrante quanto baste, mas não é só por aí que o desaire se explica. De facto, os jogos mais recentes mostram que o dragão não teve o fogo que o vinha a caracterizar desde o início da temporada, excluindo a eliminatória da Taça de Portugal diante do Celoricense - não para desmerecer o clube, mas por significar um choque entre realidades muito distantes. De acordo com o portal FBref, que usa dados da Opta, os dragões tiveram 0,7 golos esperados (xG) contra o Benfica e 0,6 diante do Forest. Esta métrica avalia os golos que uma equipa "deveria" ter marcado, em função das condições em que executou os remates, como a distância para a baliza, a posição do guarda-redes e o ângulo do remate, por exemplo. E como se vê na infografia, a queda em relação aos nove jogos anteriores é abrupta, uma vez que o FC Porto tinha uma média de 2,1 golos por partida, sem contar com penáltis. Mesmo o anterior valor mais baixo, registado em Salzburgo, onde William Gomes marcou de fora da área no último minuto, foi superior a um golo (1,2). Claro que ninguém joga sozinho e esta quebra, nas duas partidas em que o FC Porto ficou em branco, não pode ser indiferente ao perfil dos adversários - Mourinho assumiu que o Benfica não podia perder no Dragão, enquanto as equipas de Sean Dyche são, por natureza, muito compactas na defesa. No entanto, o ciclo anterior também teve um triunfo em Alvalade (2-1) e os sinais que a equipa transmitiu em vários momentos da temporada faziam antever outra resposta em contextos mais exigentes.

