Nas seis principais ligas, o FC Porto destaca-se em vários aspetos defensivos e ofensivos, ao ponto de ser mesmo a equipa que menos permite aos ataques adversários.
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O domínio do FC Porto na Liga Bwin tem sido visível desde o início da prova e expressa-se em números relevantes quando comparados com as equipas das cinco principais ligas europeias.
Vinte e três vitórias e quatro empates em 27 jornadas são um indicador forte, mas há outros que ajudam a perceber os métodos que os dragões empregam para lá chegar e são disponibilizados pelo CIES - Observatório do Futebol. Numa conclusão simples, as médias por 90" dos dados ofensivos e defensivos que exibimos na infografia em cima transmitem a ideia de uma equipa autoritária, que impõe o jogo e dá poucas hipóteses ao adversário de forçar o seu.
Nos dois rankings ligados aos desafios sem bola, a equipa de Sérgio Conceição é a melhor colocada. E se nos remates ao alvo concedidos está quase empatada com o Manchester City (2,4 - 2,5), a margem entre as duas equipas é mais vincada nos passes trocados pelos adversários no meio-campo defensivo: 77,8 - 81,6. Naturalmente, há sempre que ter em conta as diferenças na competitividade dos campeonatos, mas dragões são os únicos no pódio dos quatro rankings.
Por outro lado, se é de esperar que, na Liga Bwin e de uma forma genérica, os adversários cheguem à baliza do FC Porto através de transições rápidas, estes números marcam uma diferença substancial para 2020/21, quando o rendimento defensivo ficou muito aquém do padrão de Sérgio Conceição. Também é sintoma, explicou o treinador João Henriques a O JOGO, de uma "equipa intensa que recupera muitas vezes a bola no meio-campo ofensivo".
A partir daí, os azuis e brancos são segundos na posse de bola (62,6%) e terceiros nos remates enquadrados (7,2), à boleia de um processo "difícil de contrariar" por se tornar "imprevisível", comentou o técnico, que por dez vezes mediu forças com o FC Porto de Conceição. Restam sete jornadas para os dragões tentarem transformar este domínio na conquista do título.
Três questões a João Henriques
"Imprevisível e muito difícil de contrariar"
1 A pressão alta é a arma mais forte do FC Porto e uma imagem de marca?
-Esta época, é uma equipa muito intensa e recupera muitas vezes a bola no meio-campo ofensivo. Depois, com a qualidade que tem, vai criando inúmeras oportunidades de golo e passa muito mais tempo no meio-campo do adversário do que no seu.
2 Há diferenças no jogo do FC Porto desta época para épocas anteriores?
-Há algumas diferenças, sim. O FC Porto era muito mais vertical do que este ano, agora tem mais paciência e vai diversificando o processo ofensivo. Tanto procura ter a bola, e por isso esses dados elevados da posse, como é uma equipa vertical. Tem esse ingrediente extra que faz com que seja uma equipa muito imprevisível, seja na exploração da profundidade ou com a circulação de bola, o adversário nunca sabe como é que eles vão atacar. É uma vantagem do FC Porto esta época que faz com que seja uma equipa muito difícil de contrariar.
3 Ainda se nota muito a partida de Luis Díaz ou a equipa já soube ultrapassar isso?
-Se o Luis Díaz não era o melhor jogador do campeonato, era um dos melhores. E, quando se retira a uma equipa o melhor jogador do campeonato nota-se sempre. O mérito que tem é conseguir ter essa tal diversidade no ataque à baliza, joga de diferentes formas e, ao mesmo tempo, foi preparando internamente a sucessão com o Pepê, que naturalmente ganhou o seu espaço e começamos a ver um jogador que ainda não se tinha visto. O Evanilson também já estava no plantel e, com a saída do Marega, apareceu.