Rúben Amorim fez a antevisão ao jogo entre o Braga e o Belenenses SAD, que marca a sua estreia como treinador principal dos arsenalistas.
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Sistema de três centrais? "O sistema em si não é tão importante, o que queremos é uma equipa que quer jogar futebol positivo, que quer ter bola e, acima de tudo, com fome, atitude e irreverência. É isso que vamos tentar fazer".
Pontos fortes que não estão claros: "Quando disse isso foi que, a meu ver, a equipa tinha uma variação de rendimento muito grande, revelando alguma fragilidade nesse ponto forte. Uns dias aparecia, noutros havia baixo rendimento e é importante ganhar consistência. Ter um rendimento estável para tirar partido da qualidade dos jogadores todas as semanas".
Novamente a questão dos três centrais: "A forma de fugir à pergunta foi para não dar ideia ao treinador do Belenenses SAD de que forma vamos entrar. O que interessa é ganhar, ver a atitude que mostramos durante a semana no jogo e o sistema em si não vou dizer. Mais do que rotinas, o que quero ver é coisas que treinámos, ver atitude. Espero que todos os jogadores possam aparecer todas as semanas e não tanto uma variação de rendimento como a que temos visto".
Estreia ao leme da equipa principal do Braga: "É especial, mas uma coisa que percebi durante a semana é que ansiedade é igual, seja no Casa Pia ou no Braga B. A pressão que tenho é interior, porque o que quero é ganhar. Estou tranquilo, já conhecia mais ou menos os jogadores. No sábado e que vamos ver como eles estão. Estou certo que vamos entrar com um querer muito grande".
Sobre o Belenenses SAD: "Belenenses é uma equipa organizada, uma equipa tranquila, a responsabilidade está mais do nosso lado. Mas estou tão focado na minha equipa que o importante somos nós, o queremos para o novo Braga. Estamos preparados para enfrentar os problemas".
Terceiro ou quarto lugar?: "Antes de passarmos para esse ponto de estabelecer objetivos, a primeira coisa que temos de conseguir é o Braga focar-se nos jogos que tem responsabilidade de vencer e estar confortável. Quando não tem responsabilidade de vencer, como na Liga Europa - veja-se o Wolverhampton que praticamente não perde com ninguém -, revela que os jogadores têm muito talento, mas quando têm a responsabilidade de vencer isso cria-lhes algum peso. Os jogadores têm de perceber que em 95 por cento dos jogos o Braga entra a perder, é o sentimento de equipa grande e acho que os jogadores ainda não têm essa maturidade. Isso leva tempo, mas quero trabalhar nisso. Para equipa grande o 0-0 é estar a perder".
Tempo de trabalho: "O trabalho de campo precisa de tempo, mas em relação à atitude pode ter já impacto. O foco é o Belenenses e temos de ir passo a passo. Criar rotinas, um ambiente de irreverência e não olhar para o calendário. Volto à mesma tecla: começar já com uma atitude forte e entreajuda forte, o criar uma identidade que vai muito além do sistema".
Polémica e o AVC: "Foquei-me no trabalho e avisei as pessoas que me rodeiam que queria estar à parte. Compreendo, posso não concordar, mas foco-me no meu trabalho. Estou tão feliz que me passa completamente ao lado. Não vou mentir que me faz confusão [não poder dar indicações no banco] porque tenho medo de sofrer um AVC [risos], porque preciso de me mexer. Mas a equipa técnica está preparada, o Micael Sequeira chegou agora, adaptou-se bem, conhece os jogadores e o Braga e estamos tranquilos. Terei o apoio do médico se algo se passar".
Qual o jogador que vai promover à equipa principal?: "O jogador não quero dizer já. É preciso ter qualidade para vir jogar, mas temos os alvos definidos. Há um que vou chamar e o resto seguirá o curso normal. Todos têm de trabalhar, mas temos de aproveitar a formação".
Estabilidade na baliza: "O que posso dizer em relação aos guarda-redes é que pretendo dar-lhes estabilidade, sabendo que isso depende do rendimento. E o rendimento não é sofrer um golo, cometer um erro. É importante dar estabilidade a essa posição, mesmo para quem está na segunda posição".
Jogo de sábado: "Sim, já sei quem vai jogar amanhã [sábado]".
Reforços: "Não pedi ninguém, o plantel é muito longo. O treinador não se pode esconder porque é clara a qualidade do plantel Braga. Os treinadores do Braga têm de assumir que têm um plantel acima da média. Quero que todos façam parte, os que vieram da formação e os outros. Não precisamos de ninguém. Temos um plantel muito bom e vamos ver o que podemos fazer. Preciso é dos que estão neste plantel".