Famalicão em festa 25 anos depois: afinal, onde estavam eles a 2 de junho de 1994?
Adeus à I Liga foi a 2 de junho de 1994. A maior parte do plantel nem era nascido, mas alguns lembram-se desses tempos.
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"Onde estavas no 25 de Abril?" Esta era a pergunta que o jornalista Baptista Bastos fazia sempre na série de entrevistas Conversas Secretas.
Não foi isso que O JOGO quis saber junto do plantel em festa do Famalicão, mas a pergunta foi idêntica.
Os famalicenses despediram-se da I Liga a 2 de junho de 1994, ou seja, há sensivelmente 25 anos. Do plantel atual, 13 dos 25 jogadores nem eram nascidos, três (Pathé Ciss, Filipe Oliveira e Hocko), tinham meses... Destes, só quatro é que já praticava futebol federado. Porém, o central Ricardo, o team-manager Chico e o diretor de campo Rui Alves ainda chegaram a ver o "Vila Nova" na primeira. "O estádio estava sempre cheio, com pessoas em pé no peão. Era sempre uma festa", desfia Ricardo. "Ia ao futebol com o meu pai e o meu avô. Jogava no FC Porto, mas sempre que podia vinha ver o Famalicão. Fazia questão de ser apanha-bolas", conta Chico que no livro dos 85 anos do clube foi apelidado pelo autor, Jorge Reis Sá, como o "menino da claque". Miguel Ribeiro, CEO da SAD, andava no liceu de Joane e estava longe de sonhar que ia dirigir o clube do concelho à primeira. Esses tempos vão voltar a Famalicão.
O que faziam há 25 anos
Nome Idade
Defendi 10 (Não praticava futebol federado)
R. Fernandes -
Gabriel -
A. Meneses -
J. Miguel 3
Joel 2
Luís Rocha 7 (V. Guimarães sub-7)
Sylla -
David Luís -
Ricardo 13 (Famalicão sub-13)
Hugo Gomes -
Eduardo -
Victor Garcia -
Pathé Ciss 1
Guzzo -
Capela 8 (Arouca sub-8)
F. Oliveira 1
Fabinho -
Deni Hocko 1
Walterson -
Ashley-Seal -
Fabrício 9 (Escolinha EFJC)
Feliz 5
Damien Furtado -
Carlos Pinto 21 (Paços de Ferreira)
Rui Alves 8 (Famalicão sub-8)
Chico 12 (FC Porto sub-13)
Miguel Ribeiro 16 (Não praticava futebol federado)
Subida de goleada nas assistências
A subida do Famalicão fez-se a três jornadas do fim, mas os minhotos são, de facto, um clube de primeira no que toca a adeptos no estádio. Os números atestam esta tese, pois os minhotos dão goleada no ranking de assistências de II Liga. O Famalicão tem uma média de 3424 espectadores no estádio, número que é superior em mais de 700 pessoas face ao registado pela Académica, que vem logo a seguir. Aliás, os famalicenses contam com mais 1000 apoiantes no Municipal do que aqueles que o líder Paços de Ferreira tem. Além do mais, o Famalicão é décimo na lista das assistências dos clubes profissionais e consegue suplantar oito emblemas do primeiro escalão: Portimonense, Rio Ave, Feirense, Belenenses, Nacional, Aves, Tondela e Moreirense, equipas que mesmo tendo a vantagem de receber os grandes - o que implica sempre números superiores ao habitual - não conseguem ter uma média que se equipare à do Famalicão.
De resto, os minhotos só não conseguem estar na frente dos jogos com mais público. Esse recorde pertence ao Farense, que teve 6140 espectadores na receção ao Covilhã. Depois, vêm quatro jogos em Famalicão, dois deles bem próximos da lotação esgotada que é de 5300: Famalicão-V. Guimarães B (5226) e Famalicão-Paços de Ferreira (5208).
Na verdade, este foi um dos anseios de Miguel Ribeiro, CEO da SAD, tal como o dirigente o assumiu na hora dos festejos. "Somos o clube que levou mais gente a estádios fora, o clube que mais apaixonou as pessoas, criámos eventos, criámos marca, criámos um clube à volta de pessoas e para pessoas. Criámos um campeonato à parte na II Liga", afirmou, após a confirmação da subida.
Pequenas obras a fazer no Verão
A Câmara Municipal de Famalicão anunciou em outubro a remodelação do Estádio. No entanto, a obra só deverá arrancar em janeiro. Até lá, é preciso fazer pequenas intervenções de maneira a adequar o recinto às exigências da I Liga: há que alterar a zona dos balneários de acesso ao relvado, as entradas do público e dos autocarros e é necessário criar condições para a instalação do VAR. Os trabalhos arrancarão dentro de duas semanas e estarão prontos antes do início da época 2019/20. A partir de janeiro, o Municipal funcionará à semelhança das obras que o Marítimo fez nos Barreiros: encerrando determinados sectores enquanto outros ficam abertos.