Com Coates o Sporting reencontrou em Dortmund equilíbrio defensivo, mas sem Pote o golo esteve sempre longe.
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O Sporting soma duas derrotas na Liga dos Campeões. Contudo, há um mar de diferenças entre a goleada sofrida (1-5) em Alvalade frente ao Ajax e o desaire (0-1) em Dortmund.
Para Luís Martins, antigo treinador do Sporting B e que fez parte das equipas técnicas de André Villas-Boas no Tottenham e Zenit, o regresso de Coates à equipa foi "fundamental" para estabilizar a defesa. Apesar de "corrigir muitos dos erros que cometeu no primeiro jogo com o Ajax" e ter sido "mais concentrado defensivamente", Luís Martins considera que o Sporting nunca esteve perto de marcar e isso foi o grande problema para sair do jogo na Alemanha com um resultado mais positivo.
"Em termos de organização defensiva o Sporting esteve melhor, Coates é muito importante para isso a par do Adán e do Palhinha, mas no ataque faltou criar oportunidades claras", explica, dando a fórmula para o sucesso das equipas lusas na Europa. "Sporting, Benfica e FC Porto, para conseguirem ter bons resultados na Champions têm obrigatoriamente de ter organização defensiva, mas depois têm que conseguir fazer transições ofensivas para ferir os adversários. Isso não aconteceu em Dortmund."
Essa incapacidade ofensiva não tem só uma causa - e Luís Martins recorda que "diante do Ajax, também pelas forma atrevida como o jogou, o Sporting foi bem mais perigoso do que em Dortmund -, mas o técnico admite que há um nome que não pode ser esquecido: Pedro Gonçalves. "A equipa está a acusar muito a ausência do Pote, de longe o melhor marcador da equipa e que nem sequer é ponta de lança", sublinha, prosseguindo: "É um jogador fundamental na manobra atacante, não só pelos golos que marca, mas também pelo que cria para os colegas. É fortíssimo no ataque à baliza."
De qualquer forma, para ser competitivo durante a temporada em todos os jogos, Luís Martins considera que o Sporting tem de "saber jogar sem Coates, Pedro Gonçalves ou outro qualquer jogador".
Depois do jogo na Alemanha, admitindo frustração e vontade de ver a equipa dar passos rápidos para ser competitiva, Rúben Amorim recordou a "inexperiência" da equipa, a "falta de peso" nas competições europeias. Analisando as palavras do treinador do Sporting, Luís Martins aceita que na Liga dos Campeões "os orçamentos, a história e a qualidade dos jogadores fazem diferença", contudo, deixa uma nota: "Há um discurso de preparação de eventuais derrotas futuras que sem dúvida trás "medo" a quem joga." Uma ideia que faz questão de explicar: "Todos os jogos começam 0-0. Não há que ter medo na abordagem aos jogos , mas sim ser realista na avaliação das virtudes e defeitos da nossa equipa e da relação direta com os adversários. Sabemos que há adversário poderosos, mais fortes, esta é uma equipa jovem, mas também temos de olhar para o plantel e ver que tem jogadores como Adán, Coates, Neto, Feddal, Palhinha... Não são estes jogadores já experientes?"