Fábio Vieira lançado e outros na forja: dragão do futuro amarrado por 400 milhões

Em junho de 2019 soube-se que Fábio Vieira ia integrar o plantel principal do FC Porto. Em julho foi chamado para o Europeu de Sub-19 e essa oportunidade esfumou-se e foi adiada. Passou um ano e chegou, finalmente, a estreia prometida.

Depois de vencer o Marítimo, Sérgio Conceição mostrou-se "esperançado que num futuro muito próximo a base da equipa seja da formação". João Mário [esteve para entrar] será o próximo, Diogo Queirós regressa em breve e a Geração Youth League ganhará cada vez mais peso no Dragão, à medida da ambição revelada por Pinto da Costa e Fernando Gomes durante a campanha eleitoral e que agora o treinador ratificou.

O onze do futuro está identificado e só lhe falta um lateral esquerdo. Juntos, os jovens que apontam à primeira equipa estão blindados por um valor total superior a 400 milhões de euros.

Fábio Vieira, João Mário e Mor N"Diaye são os únicos que não têm vínculo para além de 2022, mas já viram os respetivos processos iniciados antes da pandemia, como O JOGO adiantou oportunamente. Ambos têm a mesma idade (20 anos), contrato até junho de 2022, que assinaram no mesmo dia (21 de dezembro de 2018), igual cláusula de rescisão (30 milhões de euros) e, já agora, também são representados pelo mesmo empresário. Esta ligação quase umbilical é para manter e a ideia passa por prolongar os contratos até 2024, colocá-los num nível salarial mais próximo dos jogadores de equipa A e, eventualmente, retocar as cláusulas, embora essa situação não tenha sido discutida nas primeiras abordagens. Fábio, refira-se, já foi associado à Juventus e nos últimos dias surgiu a notícia de que o Bournemouth terá feito uma proposta de 5,6 M€, prontamente recusada pelos dragões. Mor N"Diaye ainda aguarda pela promoção aos A.

Voltando à geração que venceu a Youth League, dos titulares só Tiago Lopes está em final de contrato. O lateral vai sair e não há outro de valor inquestionável nas gerações que se segue. Luís Mata é quem faz a posição na equipa B, mas já tem 23 anos e dificilmente será aposta, até porque raramente foi chamado a treinar com a equipa principal. Depois de ter renovado com vários dos campeões europeus de Sub-19 ao longo do último ano, Tomás Esteves era o caso mais delicado e urgente que a SAD do FC Porto tinha em mãos porque ia entrar no último ano de contrato e poderia sair a custo zero. O assunto foi resolvido na véspera das eleições presidenciais com Pinto da Costa a chegar a acordo com o defesa de 18 anos para estenderem a ligação até 2024. Também ele verá a aposta reforçada.

A defesa de Charles e o ponto de vista dos pais
Entretanto, ainda sobre a estreia de Fábio Vieira, o médio assinalou o momento nas redes sociais. "É um sonho tornado realidade, um momento que nunca mais esquecerei na minha vida. Desde pequeno que sonhei com isto e poder concretizar um sonho de criança é um sentimento de felicidade inexplicável. Agora é manter os pés bem na terra e continuar a trabalhar para atingir os meus objetivos tanto individuais como coletivos. Sinto me muito feliz por poder representar o clube que eu amo", escreveu. A O JOGO, Vítor Vieira, o pai, contou que o filho ainda lamenta o lance que quase lhe valeu golo sobre o minuto 90. "Já vi o jogo duas vezes, uma com ele e outra sozinho. Ele comentou que podia ter marcado o golo, mas lembrou que o guarda-redes [Charles] teve mérito", disse. "O Fábio nunca desiste e vai conseguir impor-se no plantel principal. Ele é um miúdo que leva as coisas muito a sério e acreditamos muito que vai conseguir. "Foi uma grande emoção. O Fábio já esperava por isto há muito tempo, era o sonho dele e o nosso também. Quando o vi entrar comecei a chorar. Ainda nem estou em mim. Ele trabalhou muito isto. Era o sonho de criança dele", vincou a mãe, Paula.