Escolhido por ser um dos melhores portistas no domínio dos e-games, o avançado tem 15 anos de experiência, mesmo tendo apenas 17 anos de idade. O Marítimo (e Pedro Pelágio) é o adversário esta tarde
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Só às 18 horas se conseguirá perceber exatamente o que vale Fábio Silva de comando na mão. Mas o menino dos 125 milhões de euros é também muito promissor a jogar futebol virtual, especialmente FIFA e na Playstation. Aliás, joga há bem mais tempo futebol de consola do que futebol real. Desde 2004. Parece uma brincadeira (nasceu em 2002), mas não é. Jorge Silva (o irmão) foi quem nos contou esta "obsessão".
"O primeiro jogo de futebol eletrónico que eu joguei foi o PES (Pro Evolution Soccer) 2004. Tinha cinco anos. O Fábio tinha dois anos, gostava de me ver jogar e pedia para o fazer. Mas tinha dois anos... então dava-lhe um comando desligado e ele pensava que estava a jogar. Então como eu ganhava contra a máquina, trocava as equipas e dizia-lhe que a dele era a que eu comandava. Ficava todo o contente, porque ganhava sempre", ri. "A partir de 2005 mudamos para o FIFA. Gostamos mais", enquadra.
Fábio é um craque do jogo em que este sábado vai representar o FC Porto numa ação que a Liga de clubes está a promover subordinada à paragem imposta pela Covid-19. Entre hoje e amanhã, a "Liga Nos Fica em Casa" vai simular oito jogos da jornada 26 que se cumpriria este fim-de-semana, se tudo decorresse de forma normal. O médio Pedro Pelágio, dois anos mais velho do que Fábio Silva, representa o Marítimo.
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"Mesmo a brincar, o Fábio é muito competitivo. Os nossos jogos são uma guerra, precisamente por causa disso. Eu e ele somos tão competitivos a jogar futebol a sério como na Playstation. Levamos sempre tudo para ganhar", continua a explicar Jorge Silva, atualmente a jogar na Lázio e a viver num país (Itália) muito mais atingido pela pandemia [ver peça secundária]. À distância o contacto é diário. Mas os jogos acontecem mais quando estão juntos, nas férias. "Tem mais piada até porque costuma envolver apostas. Nas seleções, nas peladas, costumamos dizer que quem perde serve o almoço aos outros. Eu e o Fábio chegámos a fazer isso. Ou então apostamos sobre quem leva o lixo à rua, quem lava a louça, essas coisas", continua. A "doença" vem de cedo, mas ao contrário do vício pelo futebol real [o pai, Jorge Silva, foi internacional A por Portugal e campeão nacional no Boavista] não vem de família. "É mesmo de nós. E isto é como o futebol real: quantos mais se treina, melhor se joga. O Fábio às vezes faz-me frente, mas eu é que sou mesmo bom", ri. "Estou curioso pelo jogo de amanhã [hoje]. Vou apoiar em direto e a comer pipocas", sorri.
Entre os manos, o FC Porto-Lázio é o duelo que mais se repete. "É quase sempre assim. Ele com o FC Porto, eu com a Lázio. Na máquina as equipas são equilibradas e isso ajuda à competitividade", explica. E nunca mudam? "Mudamos, claro. Quando não joga com o FC Porto, o Fábio escolhe sempre a equipa do Cristiano Ronaldo. Era o Manchester, depois Real, depois Juventus... Eu joga na equipa do Sérgio Ramos, sempre o Real", detalha. Se Fábio já foi comparado a CR7, então por Manuel Fernandes, antigo avançado do Sporting, Jorge é defesa central e tem no espanhol uma das suas principais referências.