Portista é o mais rápido da Liga Bwin: oferece um golo a cada hora em campo. Antigo treinador diz que o médio está mais completo, mesmo a nível defensivo.
Corpo do artigo
Fábio Vieira foi decisivo na vitória do FC Porto no Jamor, contra o Belenenses, ao participar ativamente em três dos quatro golos, oferecendo dois a Evanilson e um a Taremi. O médio-ofensivo tornou-se, aliás, no jogador da Liga Bwin que menos minutos precisa para fazer assistências.
Só no jogo com o Belenenses, o médio ofereceu três golos: dois a Evanilson e um a Taremi. "Desenvolveu o sentido competitivo" explica João Brandão que o conhece desde os tempos da formação
Com um serviço rápido e eficiente, qual correio expresso do Olival, oferece um golo a cada 60 minutos, superando largamente o benfiquista Rafa (86 minutos) e o bracarense Iuri Medeiros (146 minutos).
A subida de produção e influência tem sido notória, mas João Brandão, que treinou Fábio Vieira nos Sub-19 do FC Porto, em 2017/18, não fica surpreendido com os números apresentados pelo médio: autor de sete assistências no campeonato e mais uma na Liga dos Campeões. "Isso está relacionado com a capacidade ofensiva do FC Porto e com a capacidade técnica do Fábio, nomeadamente ao nível do passe. Tem ainda a ver com o perfil do Fábio e com gosto que tem por essas ações", justificou o atual adjunto de Luís Castro no Al-Duhail (Catar).
Fábio Vieira faz uma assistência a cada 60 minutos
Do menino que treinou em 2017/18, João Brandão destaca o crescimento que teve, atribuindo mérito ao jogador, mas também "a quem apostou nele, nomeadamente o Sérgio Conceição e a sua equipa técnica". "Houve um momento em que ele teve de esperar e de melhorar alguns aspetos que eram fundamentais no seu jogo. Hoje em dia é um jogador muito melhor e muito mais completo do que aquele que surgiu pela primeira vez na equipa A", garantiu o antigo treinador da formação portista.
João Brandão enumerou ainda outros aspetos em que Fábio Vieira evoluiu . "A polivalência que demonstra para jogar por fora e por dentro, isso ele desenvolveu muito com esta equipa técnica, assim como sentido competitivo e a forma como valoriza as ações sem bola. Defensivamente também melhorou muito tanto a nível de intensidade como a capacidade de transitar defensivamente", explicou.
O treinador está satisfeito com o salto do seu ex-jogador e por este ter superado vários obstáculos. "Cresceu na dificuldade e na adversidade, porque sempre teve muitas dificuldades ao longo do seu processo de formação para se afirmar nos diferentes escalões. Nunca foi encarado como titularíssimo nas respetivas equipas. Todas as crianças e os jovens têm estágios de desenvolvimento diferentes e, no caso do Fábio, foi sempre muito mais atrasado em relação aos colegas. Isso fazia com que ele, fisicamente e ao nível do protagonismo que conseguia ter no jogo, fosse desviado do potencial que tinha", lembrou, reforçando, ainda assim, que as qualidades de Fábio eram evidentes. "Ele já nasceu com muito futebol nos pés e na cabeça", sublinhou, enaltecendo, acima de tudo, o salto que deu "na consistência de jogo" e na capacidade de "transformar as qualidades que tinha em prol da equipa."
"Desenvolveu muito o sentido competitivo e a forma como valoriza as ações sem bola"
Elogios à parte, João Brandão acredita que o médio ainda "tem muito a melhorar, até por tratar-se de um jogador com apenas 21 anos. "Tem de conseguir alguma consistência, algo em que não era tão forte, mas que tem vindo a evoluir. E tem de potenciar ao máximo aquilo que o torna diferente dos outros, porque tem características que hoje em dia são raras no futebol, nomeadamente nos médios, sobretudo a capacidade que tem de jogar entre linhas, de descobrir espaços através de passes a diferentes distâncias, e a qualidade dele no último passe. Isto já para não falar na capacidade de finalização e nas bolas paradas", destacou o treinador português, juntando-se a Sérgio Conceição e a Vítor Bruno no coro de elogios a Fábio Vieira.
A jogar na ala ou no meio, Fábio Vieira tem mostrado que pode ser utilizado em qualquer zona do campo. João Brandão concorda. "Depende do que a equipa técnica quer dele, porque conhece as características do Fábio e sabe qual é a intenção que tem ao colocá-lo por fora ou por dentro. Depende muito do lado estratégico do jogo", justificou o antigo treinador dos Sub-19 do FC Porto.