"Sérgio Conceição vai acabar por orientar a Lázio, ambas as partes desejam isso"
ENTREVISTA, PARTE II - Jorge Silva fala da adoração que os adeptos da equipa romana têm pelo treinador do FC Porto. Em Itália, quando diz que é português, falam-lhe logo em Sérgio Conceição e Fernando Couto
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Sérgio Conceição deixou ao seu nome escrito com letras de ouro na Lázio e os adeptos não esquecem o antigo internacional português.
Na equipa "laziale" venceu uma Taça das Taças (1998/99), um Campeonato (1999/00), duas Taças de Itália (1999/00, 2003/04) e uma Supertaça (1998). Agora, regressa de novo à capital italiana como treinador do FC Porto [eliminou a Roma em 18/19], mas Jorge Silva não tem dúvidas de que a receção vai ser calorosa. É isso que o central português tem sentido naquele país nos últimos tempos, acreditando mesmo que o técnico vai acabar por treinar a Lázio.
O que dizem os adeptos da Lázio sobre Sérgio Conceição?
-Os adeptos têm uma excelente imagem do Sérgio Conceição. Foi um jogador muito importante para a Lázio e agora, como treinador, há muitos rumores de que o querem. Todos sabem que ele defende o clube até morte. Fez isso, de certeza, quando jogou na Lázio. Digo isto porque, quando cheguei cá pela primeira vez, quando sabiam que sou português falavam-me logo no Sérgio Conceição e no Fernando Couto, dois jogadores que marcaram muito o clube. Os adeptos adoram-no e acho que ele também gosta muito da Lázio. Ele já cá esteve algumas vezes no estádio a ver os jogos. Há uma boa relação entre ele e o clube.
Acha que ele vai acabar por treinar a Lázio?
-Sinceramente, acho que sim, porque ambas as partes desejam isso.
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Treina à parte à espera de clube
Contratualmente ligado à Lázio até final da época, Jorge Silva espera encontrar clube já em janeiro.
Como é que está a sua situação na Lázio?
-Estou no último ano de contrato e, desde 1 de janeiro, posso assinar por qualquer equipa sem ter de informar a Lázio. Estou a treinar na Lázio, mas sei que, mesmo que treine muito bem, não vou jogar. Eles já me comunicaram que é só para treinar e depois tentar arranjar colocação.
Mas treina à parte porquê?
-Esta época optaram por não meter muito os miúdos, preferem uma equipa mais experiente. Tive alguns convites de Portugal na pré-época, mas a Lázio pediu muito dinheiro. Tive hipótese de ficar no Boavista, eles queriam, mas surgiram umas complicações e não tinham dinheiro para me comprar. Voltei para a Lázio e estou a treinar com mais oito jogadores que também estão para sair em janeiro. Estamos a treinar à parte, até pela situação da covid-19, e eles têm algum medo. É um grupo bom. Está nesse grupo o Jordan Lukaku, irmão do jogador do Chelsea, e estamos a tentar o melhor possível para podermos chegar este mês a uma nova equipa na melhor forma.
Caso não arranje clube em janeiro, o que está previsto?
-Vamos continuar a treinar à parte ate final da época.
Já tem algumas perspetivas para agora?
-Sim. O meu pai, que é também o meu empresário, assim como o Carlos Oliveira, estão a tratar do meu futuro. Disseram-me que têm aparecido algumas coisas, mas temos de ver qual é a melhor situação para o presente, mas também para o futuro.
O regresso a Portugal é a hipótese mais forte?
-É uma hipótese, assim como ficar em Itália, porque são os países que conhecem melhor o meu valor futebolístico. Isto sem fechar as portas a nenhum país. Quero é jogar e mostrar o meu valor. Quero ir para um clube onde eu sinta que confiam em mim. Se sentes isso, a tua cabeça está livre para fazeres aquilo que mais gostas.