Pereirinha foi companheiro do reforço portista na Lázio e diz que este é capaz não só de cumprir os requisitos do treinador como de vir a ser "um dos melhores da Liga".
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Conheceram-se em Itália e a amizade ficou. Bruno Pereirinha foi um dos companheiros que mais ajudaram Felipe Anderson na adaptação à Lázio e ao futebol europeu, na época 2013/14, pelo que está em boa posição para dar a conhecer a forma de estar e de jogar do reforço do FC Porto.
Foi um dos últimos a chegar, há uma semana, mas, tal como Sarr, tem na convocatória para o clássico com o Sporting uma meta próxima.
Um início melhor do que o que enfrentou no salto para a Cidade Eterna. "Ele estava lesionado quando chegou à Lázio, eu também estava a recuperar de um problema. Fizemos ali uma ligação que durou o tempo todo enquanto eu lá estive [até 2014/15] e ainda se mantém hoje", lembra o ex-futebolista de 32 anos em entrevista a O JOGO. Já conversaram e hão de se reencontrar quando for mais oportuno. Entretanto, Pereirinha imagina o avançado a voar alto. "Acho que ele pode vir a ser um dos melhores jogadores do campeonato se se adaptar e mantiver os graus de confiança", projeta alguém que viu Felipe começar algo discreto no Calcio, mas a tornar-se depois "completamente decisivo" na equipa laziale, pela qual fez 34 golos e 39 assistências em 177 jogos. "Logo quando chegou, notava-se que tinha bastante qualidade técnica. Só que ele tinha o problema no tornozelo e ainda demorou até deixar de ter dores e se soltar. Quando conseguiu ter confiança no seu jogo e começou a ir para cima dos adversários, foi muito importante para a Lázio", sublinha Bruno Pereirinha.
Algumas questões têm sido discutidas: terá Felipe Anderson a predisposição de satisfazer a reconhecida exigência de Conceição, sem beliscar a motivação de quem jogava na Premier League? De uma forma ou de outra, Bruno tem a convicção de que o brasileiro, que "cria bom ambiente no balneário e é muito trabalhador", tem o que é preciso. "Ele veio num contexto muito específico. Estava a perder algum espaço no West Ham, mas o FC Porto também é de máxima exigência, não é desprestígio algum", frisa, com a garantia de que as valências de Felipe vão além da criatividade. "Vai ter de se adaptar às ideias do Sérgio Conceição, mas ele na Lázio já desempenhava um papel em que fazia a ala toda. Tinha uma participação muito grande na parte defensiva. Em Itália, há uma preocupação grande com a questão tática e a ocupação dos espaços. Ele ficou lá bastantes anos, aprendeu muito e dá para ver como evoluiu", sustenta o antigo jogador de Sporting, V. Guimarães ou Belenenses, como que a certificar que o amigo está pronto para os grandes jogos, como o de sábado.
Mas claro que os pontos fortes de Felipe estão nos momentos em que recebe a bola. "Desequilibra muito no um para um. Tem um arranque muito forte, com um pé ou com o outro. Além disso, remata de longe, tem uma boa meia distância e marcou vários golos assim", descreve Pereirinha, sem hesitar em escolher a posição mais adequada para o brasileiro, que já passou por todas as tarefas ofensivas: "Tinha mais facilidade e rendia melhor era pela esquerda, pela capacidade que tinha de ir para dentro." E é bem possível que essa seja a porta de entrada na equipa para Felipe. Com a saída de Danilo e ainda sem Grujic, Otávio deve assentar no meio-campo, deixando as alas aos cuidados de Díaz, Corona e do reforço brasileiro. Até porque Nakajima continua sem ser convocado...