Braga instaurou, em fevereiro, um processo disciplinar a João Gomes, que promete a revelação de "factos efetivamente muito graves".
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O ex-diretor geral da SAD do Braga, João Gomes, vai processar o clube, depois de ter sido alvo de um processo disciplinar em fevereiro, "com vista ao seu despedimento com justa causa", anunciou esta quinta-feira, em conferência de imprensa na Póvoa de Varzim.
"É um processo injusto, baseia-se em factos absolutamente falsos. [João Gomes] Não praticou qualquer ato de ilícito disciplinar", assinalou Rui Jorge Santos, advogado do antigo dirigente dos arsenalistas, que negou as acusações de António Salvador.
"Como escusado será dizer, tais situações graves nunca existiram. E tanto assim é que o senhor presidente não as conseguiu concretizar. Tal atuação é indigna de um presidente de um tão grande clube como é o Braga. Como era expectável e se tornou inevitável, este processo vai ser resolvido nas instâncias judiciais, pelo que necessariamente os acontecimentos que deram origem a esta desavença tornar-se-ão públicos e fatalmente serão conhecidos factos efetivamente muito graves, mas não relativos à minha conduta", explicou João Gomes, que acusa o clube de "celebrar negócios" com empresas onde, alegadamente, os membros da direção têm "interesses pessoais".
O antigo diretor geral da SAD dos bracarenses deixa também avisos aos sócios arsenalistas:
"Os sócios têm de se mostrar exigentes e atentos no que ao serviço do clube diz respeito. Os sócios têm de exigir transparência e o cumprimento de princípios de boa gestão. Os sócios têm de se mostrar vigilantes no que respeita à gestão da SAD e à detenção de ações da SAD a título pessoal pelos membros da direção. Os sócios têm de lançar mão de todos os meios, nomeadamente auditorias externas, para fiscalizar o que se passa no clube e na SAD. Os sócios têm de exigir que o crescimento do clube seja sustentado", rematou João Gomes, falando em "tentativa de assassinato" do seu caráter após "clara discordância" com a gestão de Salvador.
"Foi precisamente quando os meus princípios éticos mais impuseram que frontalmente manifestasse a minha discordância e desapontamento com o rumo do Braga que a Direção do clube decide instaurar-me um procedimento disciplinar e o senhor presidente usou de métodos tão óbvios para uma frustrada tentativa de assassinato do meu caráter", acrescenta João Gomes.