Eustáquio admite que "não marca muitos golos", mas já contribuiu para seis e cimenta a nova dimensão do seu jogo. Centrocampista foi lesto a demonstrar que não se deixou afetar negativamente pela expulsão madrugadora frente ao Benfica. Movimento que executa para faturar já é uma imagem de marca.
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Pé ante pé, sorrateiramente, ao estilo que usa para invadir a área e causar estragos, Stephen Eustáquio vai reforçando a marca na produção ofensiva e até apontou o milésimo golo do FC Porto no Estádio do Dragão, frente ao Atlético de Madrid.
"Foi um momento que não vou esquecer. Não sou um jogador que marca muitos golos, pelo que ter a pontaria para marcar o golo mil realmente é um motivo de orgulho", comentou o médio, em declarações reproduzidas pelo clube. "Para ser sincero só soube na flash após o jogo. Disseram-me que o primeiro tinha sido do Maniche, contra o Helton, que na altura estava no Leiria", acrescentou Eustáquio, que na última partida marcou pela terceira vez esta época, elevando para seis as participações em golo, depois de também ter somado três assistências.
É o próprio jogador que admite não ter o hábito de pôr as redes a abanar e, de facto, em toda a carreira e dentro da mesma temporada, Eustáquio, 25 anos, nunca marcara mais do que dois golos, nem assistira mais do que uma vez. Portanto, a tendência está a alterar-se e começa a ganhar pertinência a comparação com o que outros médios do FC Porto têm feito nos últimos tempos.
O internacional canadiano já só está a duas ações decisivas de igualar a marca de Vitinha em 2021/22, e já fez o mesmo que Uribe e Sérgio Oliveira em igual período. Não se trata, contudo, de alargar a comparação meramente quantitativa a uma análise qualitativa, até porque falamos de jogadores com características diferentes. Uribe, que faz parelha com Stephen, tem assumido um perfil mais defensivo e Vitinha manda agora no meio-campo do PSG, deixando uma herança pesada nos azuis e brancos.
Também por isso importa ter os números de Eustáquio em perspetiva, depois de ter assumido a necessidade de mudar o estilo de jogo. Outra curiosidade é que um movimento de Stephen começa a ser imagem de marca, já que marcou os três golos na sequência de entradas na área que deixaram as defesas aos papéis.
"O Zaidu pegou a bola na esquerda e respeitou o movimento do Galeno, colocando na profundidade. O Galeno conseguiu ganhar o duelo, entrou na área e lembro-me de ele levantar a cabeça e olhar para mim. Estava a vir de trás e ele conseguiu pôr-me a bola na perfeição. Só tive olhos para a bola e o meu objetivo foi dar a maior força no remate", descreveu Eustáquio, que não poderia ter dado melhor resposta à expulsão madrugadora (27") frente ao Benfica. Assumiu o erro e, suportado pelo grupo, marcou nos dois encontros seguintes, para a Liga dos Campeões (o primeiro em Brugge).
Hoje regressa ao campeonato para defrontar o Paços de Ferreira, a antiga equipa.
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Entre quem mais correu na Europa
Concluída a fase de grupos da Champions, Eustáquio surge em destaque num índice que reforça a amplitude do seu jogo: foi o quarto jogador da prova que mais quilómetros percorreu (70,2), atrás de Selwald (70,3), do Salzburgo, Florentino (73), do Benfica, e Sow (74), do Eintracht Frankfurt. O médio dos dragões foi também escolhido pela federação do Canadá como o melhor jogador do mês do outubro e tornou-se o segundo futebolista daquele país a atuar de início nas seis partidas da fase de grupos, depois de Atiba Hutchinson.
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