"Eu, solidário com o que foi decidido, vou enviar os meus soldados para a guerra"
Theodoro Fonseca, acionista maioritário da SAD do Portimonense, reagiu às dúvidas sobre o reatamento, afirmando que a decisão de voltar a competir foi assumida por todos.
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"Vamos jogar!". É assim, de forma desassombrada, que Theodoro Fonseca, o homem forte do futebol do Portimonense, reage às últimas notícias a propósito do reatar do campeonato e das dúvidas que, entretanto, se levantaram por terem surgido alguns jogadores infetados com covid-19.
O empresário lembra que passaram dois meses desde o seu primeiro alerta - "é prematuro avançar com previsões, face a um inimigo invisível", disse na altura - e que, após as constantes reuniões entre clubes, Liga, FPF, Sindicato, Governo e entidades de saúde, não há volta a dar.
"Após a reunião com o primeiro-ministro ficou decidido que o futebol da I Liga ia avançar. Foi com o aval de todos, mesmo sabendo-se que os jogos tinham de ser à porta fechada e com fortes medidas de proteção. Isto não é brincadeira. Agora, eu quero jogar, o Portimonense quer jogar!", atira Theodoro Fonseca, dando conta do investimento feito nos últimos anos no estádio, cerca de 2,5 milhões de euros, e agora dos 150 mil euros já gastos na desinfeção do mesmo, do centro de treinos, dos autocarros e nos testes com todos os jogadores e demais staff. "Renovei contratos com o pessoal de manutenção, comprei máscaras, luvas e viseiras. Os jogadores são soldados que vão partir para a guerra. E eu, solidário com o que foi decidido, vou enviar os meus soldados para a guerra".
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Apesar de discordar do cancelamento da II Liga e, por tabela, considerar injusta a descida de Cova da Piedade e Casa Pia, o acionista maioritário da SAD dos algarvios destaca que "o Portimonense fez a sua parte e agora não podemos abandonar o barco". E, em relação aos recentes casos de jogadores infetados em alguns clubes, é perentório: "Todos sabiam desta hipótese e todos concordaram em jogar. Se um jogador está infetado, tem de ser isolado", citando até o Primeiro-Ministro, António Costa: "Se alguém tiver a equipa toda infetada vai perder o jogo por falta de comparência". E prosseguindo: "O risco é transversal à sociedade e o futebol até pode dar uma lição ao mundo. Agora, não se pode voltar atrás. Vamos jogar com portas fechadas, com novas regras e somos cobaias. Mas a verdade desportiva tem de imperar no nosso campeonato, que tem de ser decidido dentro do campo".
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