Estreia à vista como titular no Sporting: "Rouba bolas, recupera e não é de dar porrada"
Ugarte vai estrear-se no onze, na posição onde deu nas vistas no Uruguai, para dar descanso a Palhinha, que somou muitos minutos na Seleção portuguesa.
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O jogo contra o Belenenses, sexta-feira, para a Taça de Portugal, marcará a estreia de Manuel Ugarte como titular com a camisola do Sporting.
E jogará na posição mais defensiva do meio-campo onde habitualmente reina João Palhinha. O internacional português somou pela Seleção um total de 102", contra Catar e Luxemburgo, e será poupado contra os azuis no Restelo, abrindo espaço para que o médio uruguaio regresse ao ponto de partida da sua carreira, como trinco, posição na qual deu nas vistas no Fénix antes de rumar ao Famalicão, onde foi mais vezes oito.
Juan Ramón Carrasco, técnico que apostou nele quando ainda era menor, no Fénix, diz que o seu ex-pupilo "está preparado física, técnica e mentalmente" para o desafio de jogar num clube da dimensão dos leões, e recorda através de O JOGO como o lançou "quando ninguém o esperava". "Meti-o a jogar no lugar de um histórico do clube, mas eu nunca olho a nomes ou à cédula de nascimento, sim às características e ao funcionamento. A minha proposta é de um futebol bonito, quero ganhar a jogar bem, não de qualquer forma. E jogava com três defesas, três médios - e ele era o "volante-central", o médio de contenção -, depois havia um camisola 10 e três avançados", revela, reiterando a apetência de Ugarte jogar no lugar de Palhinha.
"Comigo era o cinco, o que tinha a responsabilidade de fazer marcação e depois abrir nos outros dois médios ou no 10. Ele tinha tanta exuberância física que recuperava uma enorme quantidade de bolas, e às vezes chegava com perigo à frente", lembra Carrasco, dando conta do que Ugarte pode oferecer aos leões: "Rouba bolas, recupera, não é de dar "porrada" e com a bola no pé não tem problemas em sair a jogar e tirar dois adversários da frente. Sei que aí jogou como "box to box", aqui era mais um cinco, mas eu insistia para ele sair a jogar e até para rematar. Rematava pouco, mas fazia-o bem."
Foi graças à "sugestão" de um investidor do clube que Juan Ramón Carrasco conheceu Ugarte, mas o talento do médio fez o resto. "Pediram-me que o levasse à pré-temporada ainda miúdo. E gostei logo dele! Superou as expectativas. Começou a época e insisti com ele até se consolidar e ser aplaudido", conta o experiente técnico.