Advogado de Bruno de Carvalho subscreveu o requerimento de nulidade da prova no processo do ataque à academia de Alcochete e atacou a postura da procuradora Cândida Vilar: "As bocas saem sistematicamente da bancada próxima do senhor juiz".
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Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho no processo do ataque à academia do Sporting, em Alcochete, defendeu, esta quarta-feira, que o processo "está morto à partida". O representante do ex-presidente do clube de Alvalade foi um dos que, na manhã desta quarta-feira, subscreveram o requerimento de nulidade da prova, que adiou o início do debate instrutório, que decorre no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
"Este processo processo está morto à partida. Estamos a falar de matérias decididas inúmeras vezes é esse é o momento para se levantar essa questão. Concordo que se cumpre e que o Ministério Público faça o que deve entender nos limites da lei e que os OPC façam as recolhas de prova que entenderem nos limites da lei. Mas não foi o caso, se tivesse sido feito não tínhamos feito o requerimento. Estamos a falar de prova que tem de ser previamente analisada e ordenada pelo poder judicial, o poder não pode cair na rua de qualquer maneira porque o MP faz o que entende", defendeu Miguel Fonseca, em declarações à saída do tribunal, na pausa para almoço.
Confrontado com o facto de Bruno de Carvalho ter sido repreendido pelo juiz, por comentários dirigidos à procuradora Cândida Vilar, quando esta usava da palavra, o advogado apresentou outra versão do incidente testemunhado pelos jornalistas na sala de audiências: "Estão a ver as coisas de forma contrária, as bocas saem sistematicamente da bancada próxima do senhor juiz. Há uma regra fundamental, o juiz manda, dirige, os restantes intervenientes processuais obedecem e usamos da palavra cada vez que o juiz nos concede a palavra e calamos cada vez que está outro sujeito a falar. Não tem sido o meu constituinte quebrar essa regra. A Procuradora estava a falar sem lhe terem dado a palavra... Só queremos que o juiz seja juiz".
Miguel Fonseca reiterou a convicção de que Bruno de Carvalho não irá a julgamento: "Se considerasse que ele ia a julgamento, não teria subscrito o requerimento. Isso já está decidido no primeiro despacho de arguido detido. O Ministério Público não ter recorrido dessa decisão... não penso que vá piar mais sobre esse assunto".