"Estamos no período de covid-19, caso contrário Yaremchuk teria custado 30 milhões"

"Conheço o Roman [Yaremchuk] há quatro anos, levei-o para o Gent e tenho a certeza que vai ter êxito no Benfica", atira a O JOGO, um confiante Roger Henrotay, antigo dianteiro e diretor-geral do Standard de Liège (onde passou uma década) e agora um dos mais conceituados empresários belgas.

Representa o goleador por quem o Benfica aceitou pagar 17 milhões de euros por 75 por cento do passe, montante que, de novo carregado de confiança, Henrotay acredita que o ucraniano de 25 anos irá pagar com golos.

Tudo aconteceu "muito rápido, concretizou-se em dois dias, houve uma negociação entre os clubes para definir o valor da transferência e depois com o jogador por causa do seu contrato". "Tudo correu muito bem", aponta o empresário, que vê Yaremchuk "muito feliz e contente por ter ingressado no Benfica", reconhecendo que está "ansioso por começar a jogar e muito motivado". "Apreciou muito a vontade que o clube tinha de o contratar, sentiu-se muito desejado pelo Benfica, pelo treinador, pelo presidente, pelo diretor-geral, por toda a gente. Ele tem a certeza que vai conseguir ter um desempenho de alto nível pelo Benfica", explica Henrotay, de 72 anos.

Para dar este trunfo a Jorge Jesus, o Benfica teve de abrir os cordões à bolsa, mas Roger Henrotay até considera que "17 milhões não é muito". E explica rapidamente o seu ponto de vista: "É porque estamos no período de covid-19, caso contrário teria custado 30 milhões [seria o mais caro de sempre à frente dos 24 M€ que custou Darwin]. Não foi uma tarefa fácil para o Benfica conseguir contratá-lo por 17 milhões, até porque o preço que estava fixado pelo Gent era 25 milhões. O diretor-geral do Benfica, Rui Pedro Braz, soube negociar muito bem e conseguiu trazê-lo para o Benfica."

Citação citacao "Eram sobretudo alemães e de topo os clubes que o queriam. Um ligou ontem [anteontem], já chegou tarde"

Dado que o Gent ficou com 25 por cento do passe, também é um bom negócio para quem vendeu? Henrotay discorda. "O que interessa é que ao dia de hoje são 17 milhões, os 25 por cento veremos mais tarde. Mas ele vale cada milhão, vai marcar muitos golos e depois já não irão dizer que foi caro. É um muito bom jogador, que dá importância ao coletivo. É um atleta, muito profissional, tenho certeza absoluta que os adeptos do Benfica vão ficar muito contentes com ele", destaca, garantindo que o ucraniano "não sente pressão, acredita muito em si e chega ao Benfica num bom momento, com maturidade e no ponto certo, pronto para ter êxito".

O Benfica não foi o único emblema a lançar-se na corrida pelo avançado de 1,91 m, que marcou 61 golos em quatro épocas no Gent. "Havia vários clubes interessados, mas o preço era um pouco alto para alguns por causa da fase que atravessamos. Estamos num período de transferências especial porque todos os clubes perderam muito dinheiro e, por isso, os preços caíram muito e há menos negócios. Mas ainda ontem [anteontem] nos ligaram de um clube, mas já chegou tarde", garante o empresário que esclarece serem "sobretudo alemães e de topo os clubes que mais o queriam contratar".

Yaremchuk assinou pelo Benfica, "está muito motivado e foi muito bem recebido". Por isso, acredita que fez a escolha certa e nem mesmo o momento conturbado vivido no Benfica, com buscas, detenções e substituição de presidente, suscitou dúvidas ao dianteiro. "De todo. Esse é um problema para os adeptos do Benfica, mas não para ele. O Roman não conhece o anterior, para ele o presidente é Rui Costa", aponta Roger Henrotay, que revela uma conversa do novo líder dos encarnados com Andriy Shevchenko, atual selecionador da Ucrânia. "Jogaram juntos cinco anos no AC Milan, têm uma grande amizade. Claro que falaram, e respondeu-lhe que é um grande profissional e um exemplo nos treinos. Aliás, nenhum treinador poderá dizer o contrário", remata.