Diogo Dalot foi campeão, saiu logo depois para Manchester e acredita ter tomado a decisão certa. Ainda assim, vê-se ligado aos dragões para a vida toda (com vídeo).
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Diogo Dalot foi o primeiro jogador da formação "puxado" por Sérgio Conceição para a equipa principal. Foi titular em Liverpool, somou oito jogos e o treinador disse, em entrevista a O JOGO, que o lateral asseguraria o futuro à direita. Pouco depois, saiu para o Manchester United por 22 milhões de euros.
As dificuldades que sentiu em Manchester tiveram que ver com o facto de se ter mudado ainda muito jovem?
-Não... Já tive oportunidade de falar sobre isto, de refletir no tempo da minha saída do FC Porto. Foi o momento certo para mim, o momento em que achei que estava pronto para dar este passo. Tenho um orgulho enorme no que fiz e no que passei. Não trocaria nada por aquilo que vivi até hoje, porque fez-me evoluir bastante e viver grandes momentos, de aprendizagem acima de tudo, neste últimos três anos. Sem dúvida que naquele momento era a altura certa para mim, foi o que decidi, o passo que tomei, e foi bastante importante para mim.
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Nunca se arrependeu de sair do FC Porto naquela fase?
-Não. Não é algo de que me tenha arrependido, até porque sou uma pessoa e jogador que gosta de desafios, de arriscar nos momentos em que acho que estou preparado e que têm tudo para correr bem. Aos meus olhos - para fora é difícil, porque não viveram como eu vivi - foi bastante positivo para mim e não me arrependo da decisão que tomei.
A sua saída fez correr alguma tinta. Quer contar a sua versão sobre como foi o momento de tomada de decisão, depois de ter festejado de muletas um título nacional e quando os adeptos achavam que seria o lateral do futuro?
-O momento foi natural, no final da temporada, foi algo que aconteceu rápido, foi uma decisão tomada em conjunto por mim, pela minha família e pelas pessoas que têm também que decidir. Decidimos que era o passo que tínhamos de dar e foi fantástico poder ter vivido o momento que vivi no FC Porto e principalmente fechar com o título de campeão, que me disse muito, e ainda hoje diz. Fazendo referência aos festejos com muletas, gostaria de ter festejado sem elas, mas ter sido dessa maneira torna tudo mais especial e diferente. Acima de tudo, o que guardo são esses momentos de festa e de vitória.
Imagino que aquela meia época tenha sido mágica...
-Foi meia época, mas estive ligado à equipa a época toda. Só joguei na parte final, mas fazia quase todos os treinos com a equipa principal. Faço balanço de época inteira, portanto. Foi um orgulho enorme, um sonho realizado coroar com a vitória no campeonato. Foi perfeito para mim.
Quando saiu falou com Sérgio Conceição?
-Desejou-me boa sorte, como é normal, e acho que foi sincero. A partir do momento em que saí, é normal não mantermos uma grande relação pessoal, porque deixámos de ser jogador e treinador. Mas foi tranquilo. Desejou-me o melhor, como desejei e desejo a ele.
O livro FC Porto ainda tem páginas do Diogo Dalot para escrever ou está fechado? Por outras palavras, passa-lhe pela cabeça regressar?
-Espero que sim. Gostaria de voltar a escrever o meu nome na história do clube após uma pausa. Tive oportunidade de o fazer no museu quando fomos campeões, espero um dia voltar a fazê-lo. É uma ligação que vou querer manter para a vida toda e espero ainda, no espaço da minha carreira, voltar a vestir a camisola do FC Porto. Sem dúvida.
Recentemente, teceu rasgados elogios a José Mourinho. Acredita que se o treinador tivesse ficado mais tempo o seu percurso em Manchester tinha sido diferente?
-É difícil de prever, não sabemos como iria correr. Aquilo em que me quero basear é o tempo em que estive com ele e depois sem ele. Com ele foi fantástico, foi muito bom ter partilhado grandes momentos, poder ter a experiência de ser treinado por Mourinho e fazer parte do lote de jogadores treinados por ele. Para mim, é um orgulho enorme e só tenho que agradecer tudo o que fez por mim durante esses meses. Fica guardado para sempre.
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