"Espero ser feliz novamente, ajudando o Belenenses a voltar ao lugar que merece"
Nuno Tomás marcou e garantiu vitória importante em Fafe. Com o triunfo pela margem mínima em Fafe, o Belenenses chegou aos oito pontos, tantos como os do segundo classificado. Os lisboetas estão a quatro pontos do Lourosa, que lidera a competição.
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Nuno Tomás foi o herói do Belenenses na vitória sobre o Fafe, por 1-0. Após um canto, o central, de 29 anos, aproveitou uma desatenção da defensa minhota para assegurar três preciosos pontos que catapultaram a formação do Restelo para os lugares de subida à II Liga. A O JOGO, o camisola 4 belenense lembrou a importância do último resultado para as aspirações da equipa e fez também o balanço de uma época especial, em que regressou a uma casa onde já tinha sido feliz.
Qual foi o sentimento por ter marcado o golo da vitória do Belenenses em Fafe?
-É sempre bom marcar, principalmente quando é o golo da vitória. Fez a diferença e teve influência no jogo. Também foi importante manter a baliza a zeros num campo muito difícil e contra um adversário que é candidato à subida.
Depois desta vitória, o Belenenses ascendeu ao segundo lugar. Sente que o seu golo pode ser decisivo nas contas da subida?
-No final é que veremos se fez diferença. Foram três pontos importantes e, neste momento, temos de pensar jogo a jogo. Fui eu a marcar mas podia ser qualquer outro colega, a importância seria a mesma. É assumido que o Belenenses joga sempre para ganhar e olha para os lugares de cima em qualquer competição.
A equipa está agora colada aos lugares de subida. Isso acarreta maior pressão para a equipa ou dá-lhe mais confiança?
-Se trouxer alguma pressão, será uma pressão positiva. Estamos nos lugares que queremos e continuamos a olhar para cima na tabela. Jogar para estar lá em cima é sempre mais confortável do que quando se está numa situação apertada. Sabemos que ainda faltam algumas jornadas e parece evidente que nesta fase qualquer equipa pode ganhar a qualquer adversário.
O Belenenses começou muito bem a época, mas depois teve uma quebra e só garantiu a passagem à fase de subida na última jornada. A que se deveu essa oscilação?
-O mais importante foi que conseguimos o objetivo, talvez de uma forma mais sofrida do que se esperava. Chegar à fase de subida retirou-nos alguma pressão. Mas entramos bem na época e estivemos em primeiro lugar da Série B com alguma vantagem. Depois, houve fases sem ganhar, possivelmente numa altura em que os adversários estavam mais estáveis e conheciam-nos melhor.
Face a esse período menos bom, José Sousa deixou o comando técnico e foi substituído por João Nuno. Essa troca trouxe outra energia à equipa?
-Numa troca de treinador há sempre a tal chicotada psicológica de que todos falam. Isso acontece em todos os clubes. Os jogadores que não jogavam tanto ganham uma nova vida e chegam também ideias novas, que estamos sempre prontos para ouvir.
Como tem sido a adaptação às ideias do novo treinador?
-Trouxe novas ideias, como é natural, mas nunca tem o mesmo tempo que o treinador que entra no início da época. É normal que haja uma fase de adaptação para alterar o que havia a mudar e também manter o que estava a ser bem feito. Acho que estamos a praticar um bom futebol, que está a melhorar com o passar dos jogos. Temos um treinador que valoriza muito a posse de bola e também a parte defensiva. Já não sofremos golos há dois jogos, o que para um defesa é muito importante.
Em termos individuais, como avalia a sua época?
-Tem sido uma época positiva, por termos um grupo muito equilibrado. Na minha posição temos quatro jogadores muito bons e que já provaram que podem ajudar o Belenenses. E não são só os centrais, acontece também nas outras posições. Quem joga tem de dar o máximo, porque os que estão de fora trabalham bem para agarrar oportunidades.
O Belenenses recebe o Amarante, no sábado, no Restelo, onde só venceu uma vez desde setembro. Sente que este é um bom jogo para voltar às vitórias em casa e dar uma prenda aos adeptos?
-Apesar de lhes termos dado uma alegria com a vitória em Fafe, sentimos que devíamos ter melhores resultados em casa, apesar de ainda não termos perdido no Restelo para a Liga 3. Queremos muito oferecer-lhes a vitória no próximo jogo, até porque sabemos os quilómetros que fazem para nos apoiar. Além de que seria importante conseguir um segundo triunfo consecutivo.
Satisfeito por voltar a uma casa onde quer ser de novo feliz
Nuno Tomás fez a formação no Belenenses, por isso admite que a temporada de regresso ao clube do Restelo está a ser especial. “Cresci aqui e tenho noção que não seria o jogador que sou hoje sem essas experiências que tive. Estou a tentar aproveitar esta oportunidade de voltar ao sítio onde já fui feliz e espero ser feliz novamente, ajudando o Belenenses a voltar ao lugar que merece”, expõe. Para o central, que já jogou na I e II ligas e também passou pelo futebol búlgaro e finlandês, “a Liga 3 tem proporcionado o salto de muitos jovens” para o principal escalão. “Permite aos mais novos crescer para lá da Liga Revelação. É uma prova que está a evoluir e que é muito competitiva, na qual participam muitos clubes históricos e, por isso, há muitos adeptos a segui-la”, avalia Nuno Tomás.