Fausto Lourenço marcou nas duas últimas vitórias. Formado nos dragões, deseja que o jogo lhes corra mal na Taça. O Anadia foi a única equipa da Série A que venceu na passada jornada, subindo ao sétimo lugar da Liga 3. Agora segue-se o FC Porto, equipa que o avançado considera ser uma das melhores da Europa.
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Há três épocas no Anadia, Fausto Lourenço terminou as últimas duas como melhor marcador dos bairradinos, com 14 e 11 golos, respetivamente. Nesta, soltou o "ketchup" na reviravolta contra o Fafe (2-1) para a Taça de Portugal. Depois desse bis, voltou a marcar na receção ao Canelas (1-0), resultados que dão moral antes da receção de domingo ao FC Porto, num jogo importante para dinamizar a região, mas para o qual, conta a O JOGO, vê poucas hipóteses de sucesso.
Esta é a melhor altura para o Anadia receber o FC Porto, atendendo a que vem de duas vitórias?
-Estando nesta divisão, qualquer altura é boa para receber o FC Porto. É um jogo diferente, contra um adversário que dispensa apresentações. Qualitativamente nem há comparações, mas é sempre bom, tendo nós um plantel jovem, que está a crescer, e uma equipa técnica que almeja outros patamares. Será bom para competir e para nos mostrarmos.
Os últimos dois jogos significaram três golos para o Fausto, está de pé quente?
-Nestes três anos, acho que há uma ligação especial entre mim e o Anadia e tento fazer sempre o melhor. O golo é importante, mas é um resumo do trabalho coletivo. Os dois últimos jogos vêm comprovar que a equipa está a crescer. Entrámos a perder em Fafe e demos a volta. Ganhar ao Canelas, em casa, também deu para perceber o grupo que temos.
Contra o Canelas defrontaram um rival que podia subir à liderança. Isso valorizou mais o triunfo?
-Vai haver muitas oscilações na tabela, dada a competitividade que há na Série A. Nestas jornadas percebeu-se isso, todos os jogos deram empate menos o nosso. Nenhuma equipa vai subir de antemão. O Canelas mete muita entrega no jogo e é sempre um adversário difícil, foi uma vitória excelente.
Que armas têm para surpreender o FC Porto?
-Qualitativamente falando não há comparações possíveis: é o campeão nacional e uma das melhores equipas da Europa. O ser humano, a nível do querer, da vontade e da entrega, pode estar equilibrado, seja em que área for, e espero que o FC Porto tenha um dia muito mau. Em termos de percentagem não faço ideia, só sei que o FC Porto é claramente favorito.
Há algum jogador portista que receiem?
-O receio vem de todos, são jogadores de alto nível. O Pepe não vai jogar, acho que está lesionado, mas era importante que jogasse porque é um exemplo pela idade e por tudo o que já conquistou; gostava de o defrontar, apesar de com ele o FC Porto ficar mais forte. Também joguei com o Cláudio Ramos no Tondela e gostava que jogasse. Os outros têm todos qualidade e a ameaça pode vir de qualquer lado.
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Passou também pela formação dos dragões, isso torna o jogo ainda mais especial?
-Foi o clube onde estive mais tempo na formação e teve um impacto enorme nos valores que me passaram enquanto jogador e homem. O que sou, devo-o muito ao FC Porto. Toda a gente percebe a mística daquele clube, o não gostar de perder, entrar sempre para ganhar. Tenho esses ideais comigo.
Chegou a cruzar-se lá com nomes mais sonantes?
-Joguei com o Paulo Machado, o Hélder Barbosa, o Bruno Gama, o Zequinha, o Ivanildo, o Vieirinha e o Candeias, entre outros.
Esta será uma estreia em jogos grandes para o grupo. Como jogador mais velho, que conselhos dá?
-O conselho que posso dar é o de termos de jogar como equipa. No campeonato, contra adversários de níveis inferiores ao de domingo, temos de estar sempre unidos para conquistar alguma coisa e aqui ainda mais, pois coletivamente podemos fazer sempre melhor do que em termos individuais.
Que objetivos foram traçados para esta temporada? A troca de treinador na pré-época prejudicou?
-A Liga 3 é muito competitiva e nós vamos jogo a jogo. Temos um plantel jovem, o clube também está a crescer e é importante consolidá-lo nesta prova porque o Anadia tem ótimas condições. Muitas equipas trocaram de jogadores e treinadores, e não vejo isso como uma desvantagem. Estamos todos a crescer em conjunto e até começámos a época com uma vitória. O próximo jogo será importante para a região, pois todos investem para isto, vai servir para trazer mais adeptos e aproximá-los do clube.
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Viagem a quatro países da Europa e uma final disputada na Suíça
Além do campeonato português, Fausto Lourenço já experimentou mais quatro ligas europeias graças às passagens pela Suíça (Neuchâtel Xamax), Chipre (Onisilos), Bulgária (Lokomotiv Mezdra) e Cazaquistão (Atyrau).
"A Suíça é um país de primeiro Mundo e um exemplo a todos os níveis, foi onde gostei mais de jogar. Fui à final da Taça contra o Sion [derrota 2-0], no estádio do Basileia", recordou o avançado, de 35 anos, que é natural de Miranda do Corvo, onde dá aulas de Educação Física após ter concluído a licenciatura em Desporto.
"No Chipre, a vantagem é ser uma ilha com um clima espetacular e praias. A Bulgária, na altura, era pouco desenvolvida, apesar de estar perto de Sófia e o Cazaquistão era menos desenvolvido ainda. As cidades eram distantes e tínhamos de ir sempre de avião para os jogos".