Médio argentino sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, mas não foi esquecido na argentina.
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Está confirmado o cenário que todos os responsáveis pela estrutura de futebol temiam: o lance disputado por Battaglia com Mamadu, ao minuto 26 do Santa Clara-Sporting, foi madrasto para o médio argentino, que contraiu uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito e vai, sabe O JOGO, ficar parado por um período nunca inferior a seis meses. Resumindo, o camisola 16 dos leões, que será submetido esta terça-feira a uma intervenção cirúrgica, só deverá a voltar a competir na próxima temporada.
A forma como abandonou o campo no Estádio de São Miguel, no domingo, já deixava antever um cenário negro: Battaglia chorava ao dirigir-se de maca para as cabinas, mal podia com dores no balneário e entrou numa espiral de total desespero, apenas travada com o abraço coletivo que a família sportinguista - mas não só - lhe deu nas últimas horas. Não só porque da Argentina, e apurou o nosso jornal, chegou um telefonema reconfortante: mal soube da gravidade da lesão, Lionel Scaloni, selecionador da alviceleste, ligou ao médio a quem proporcionou a estreia pela equipa principal do país (a 12 de setembro, frente à Colômbia) e que tinha chamado recentemente para a dupla jornada com o México, a disputar nos dias 16 e 20 deste mês. Battaglia estava em pleno processo de afirmação na seleção, sabe agora que só na próxima época estará disponível para nova convocatória, mas Scaloni descansou-o: elogiou as suas qualidades e garantiu que não se vai esquecer do jogador do Sporting, seja qual for o tempo até à aptidão total. Também Pablo Aimar e Walter Samuel, adjuntos da Argentina, contactaram o futebolista e passaram-lhe idêntica mensagem.
Scaloni promoveu estreia de Battaglia pela seleção em setembro último, contra a Colômbia
Antes, ao longo do dia e nas redes sociais, foi criado um autêntico cordão humano em torno de Battaglia: Tiago Fernandes, Acuña (e a sua mulher), Bruno César, Carlos Mané, Luís Maximiano, Raphinha, Ristovski, Sindicato dos Jogadores, o embaixador argentino em Lisboa, Oscar Moscariello, e até o Santa Clara fizeram questão de demonstrar, publicamente, o apoio ao jogador, que também viu o presidente Frederico Varandas dedicar-lhe o triunfo (2-1) nos Açores minutos após o treinador do Sporting ter feito a sua análise ao encontro.
Battaglia entrou em depressão momentânea porque com 27 anos nunca teve qualquer problema físico que o impedisse de fazer o que mais gosta durante tanto tempo. Somou algumas lesões musculares, sim, mas pela disponibilidade que sempre emprestou às equipas que representou. Aliás, na última temporada, acabou mesmo como o futebolista que mais jogos somou entre o plantel do Sporting (total de 57, ultrapassando a barreira dos quatro mil minutos). Aos mais chegados, e já mais calmo, Battaglia prometeu lutar para ultrapassar uma das mais duras lutas da sua vida enquanto profissional.