Central goleador chorou depois de ter assinado o golo da vitória frente ao Sporting, num jogo que marcou a estreia da filha e da... avó no estádio.
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O golo de Raúl Silva provocou uma enorme explosão de alegria nas bancadas, mas não foram só os adeptos que soltaram as emoções naquele minuto 87, que decidiu o confronto com o Sporting. O defesa-central chorou no momento dos festejos, até porque tinha duas pessoas muito especiais a assistir pela primeira vez a um jogo seu: a filha, que está quase a celebrar o primeiro aniversário, e a avó, Maria Tavares Melo, que veio a Portugal propositadamente para visitar o neto. Raúl Silva sempre foi próximo da avó, assim como da mãe (também esteve a assistir ao jogo), e essa forte ligação, aliada à carga emotiva do próprio jogo, acabou por provocar aquele soltar de lágrimas.
O mais curioso desta história ainda acabou por ser o facto de Raúl Silva ter estado muito perto de ser substituído durante a segunda parte. Aos 71 minutos, e depois de colocar um passe longo em Sequeira, o defesa brasileiro caiu no chão agarrado a uma coxa; do banco do Braga surgiu a indicação para Lukic, o outro central disponível, iniciar os exercícios de aquecimento, que se prolongaram largos minutos. Raúl Silva foi assistido, voltou a recorrer a assistência médica, quando Paulinho também se lesionou, mas, mesmo com bastantes dores, informou Abel Ferreira de que ia tentar aguentar até ao final da partida - e aguentou, para felicidade dos bracarenses. O problema, sabe-se agora, é num adutor, e Raúl Silva será reavaliado no regresso da equipa ao trabalho, estando para já em dúvida para a deslocação do próximo sábado ao terreno do Feirense.
Para trás ficou um golo importante, mais um, no caso o nono da época, sexto no campeonato, naquele que já é o melhor registo da carreira de Raúl Silva (tinha marcado sete na época passada, ao serviço do Marítimo). O brasileiro também se isolou na lista dos defesas com mais golos na I Liga, tendo ultrapassado Luís Rocha, do Feirense, que leva cinco.
Este cabeceamento certeiro de Raúl Silva tornou ainda mais evidente que os lances de bola parada são uma das principais virtudes do Braga.
Nesta temporada, os arsenalistas marcaram quase um terço dos 64 golos no campeonato através deste tipo de jogadas, 20, para ser exato, num registo que só é ultrapassado pelo Benfica (23) - segue-se o Rio Ave, com 16 golos. Curiosamente, e numa declaração que serviu para evidenciar o compromisso dos jogadores e a capacidade de trabalho do plantel, Abel Ferreira contou um momento do último treino realizado antes do confronto com o Sporting. "Estava a chover com grande intensidade, mas, mesmo assim, estivemos a trabalhar os lances de bola parada durante mais de 30 minutos", revelou o treinador.