Dragões marcam pouco para o volume de remates que realizam. Eficácia está em mínimos históricos na era Conceição; Só o Benfica regista uma média de remates superior, mas é bem mais certeiro do que os azuis e brancos, que têm na primeira parte o maior problema. Os 3,8% de eficácia nessa fase colocam-nos na cauda da liga.
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Rematar muito não tem sido sinónimo de golos para o FC Porto. Às dificuldades para criar oportunidades claras para marcar em determinados períodos do jogo, os dragões acrescentaram ainda uma eficácia nas primeiras jornadas do campeonato que toca em mínimos históricos com Sérgio Conceição como treinador.
Seja qual for o prisma da análise - só as quatro rondas iniciais de todos os sete campeonatos - ou a globalidade da competição -, os 11,1% atuais são o registo mais baixo dos portistas desde que o técnico chegou ao clube, na temporada de 2017/18.
O número, refira-se, é bastante influenciado pelo desempenho dos azuis e brancos nas primeiras partes, em que a falta de intensidade e os problemas para marcar têm sido mais cristalinos. Em 26 disparos realizados neste período, apenas um, de Toni Martínez, entrou na baliza do adversário (Farense), o que se traduz numa eficácia de 3,8%. Mais baixo do que isto, somente as duas equipas que não têm qualquer golo marcado nessa fase do encontro: Rio Ave e Famalicão.
Esta falta de pontaria causará ainda mais dores de cabeça a Sérgio Conceição quando se constata que a equipa até encontra espaço no pódio das que têm melhor média de remate até ao momento no campeonato. Não obstante os problemas para furar blocos defensivos mais densos, fruto de algum rasgo individual quando o coletivo não consegue resolver o problema, os dragões só são superados pelo Benfica no volume de remates efetuados. Contudo, os encarnados têm uma eficácia de quase 15%, que lhes permite chegar à primeira paragem de seleções com o melhor ataque da competição. As águias faturaram por 11 ocasiões, mais uma do que o Boavista, que tem sido a equipa mais eficaz da prova ao nível do remate (21,3%).
Na infografia publicada abaixo estão publicados os números globais do FC Porto no campeonato, com base nos dados fornecidos pelo portal Wyscout, mas encurtando a comparação às quatro primeiras jornadas o resultado é idêntico. Contudo, a diferença para a eficácia com que os portistas começaram a temporada de 2017/18, a primeira de Conceição no Dragão, é de décimas (0,4). Nas restantes, os valores andaram sempre acima dos 14% em igual período, sendo que em 2018/19 atingiram os 20,6%.