Primeira fase terminou esta segunda-feira, segue-se o debate
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Encerrou esta segunda-feira a fase das diligências da instrução do processo e-toupeira e segue-se, daqui a uma semana, o debate instrutório. Os advogados contratados pelo Benfica para acompanhar o caso mostraram-se otimistas à saída do Tribunal "Correu bem a instrução. Foi produzida muita prova, esclarecedora. Claro que tudo pode acontecer, mas consideramos que correu bem. Estamos satisfeitos, mas ficaremos mais se a SAD não for pronunciada", declarou João Medeiros
Rui Patrício, outro dos advogados, declarou ainda que continuam com a mesma ideia que tinham antes sobre o processo. "A nossa convicção é a mesma desde inicio. A decisão é da juíza e respeitaremos, mas a convicção é a mesma", concluiu.
A fase de instrução do processo "e-toupeira", requerida pelos quatro arguidos, incluindo a Benfica SAD, começou em 14 de novembro, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.
A instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue para julgamento, decorreu à porta fechada, e tem o debate instrutório marcado para segunda-feira, às 14:00, numa sessão pública, tal como será a leitura da decisão da instrução, ainda sem data marcada.
No Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), a SAD do Benfica defende que a acusação do Ministério Público (MP) é infundada e que terá de cair nesta fase.
O RAI assenta em três pontos essenciais, entre os quais o desconhecimento dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.
A sociedade que gere o futebol profissional 'encarnado' aponta ainda a ausência de elementos probatórios que a liguem aos atos descritos na acusação e a omissão de narração de factos concretos na acusação que permitam imputar-lhe a prática de qualquer crime.
A acusação do MP considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios aos dois funcionários judiciais, por parte de Paulo Gonçalves, a troco de informações sobre processos em segredo de justiça, envolvendo o Benfica, mas também clubes rivais.
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.