CEO do clube lisboeta confia num "futuro risonho" e elogia João Pereira como um dos "melhores treinadores" do campeonato português
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Tiago Lopes, CEO do Casa Pia, falou esta segunda-feira à Sky Sports sobre a evolução que o atual sétimo classificado da I Liga tem registado desde que voltou ao principal escalão do futebol português, em 2022, após 83 anos de ausência.
Segundo o próprio, tudo começou com a chegada do investidor norte-americano Robert Platek ao clube lisboeta, há cinco anos, numa altura em que um regresso à I Liga era algo inimaginável em Pina Manique.
“Tínhamos quatro jogadores e 20 dias para prepararmos a época. Estávamos a ser despromovidos para a terceira divisão. Esta tem sido uma história de Cinderella para nós até agora. Agora avançamos para a segunda fase de desenvolvimento”, apontou, explicando: “Queríamos uma página em branco, um clube em que pudéssemos chegar e renovar, mas queríamos algo que também tivesse um legado. Encontrámos isso no Casa Pia. Queríamos algo dentro de Portugal porque, estrategicamente, o mercado é muito atrativo do ponto de vista de desenvolvimento de jogadores. Era uma oportunidade para algo novo e para iniciar um processo, tornando-o o mais eficiente possível e fazendo as coisas acontecer”.
Salientando a forma como o Casa Pia teve sucesso a explorar talentos mais “desconhecidos” como Jota Silva ou Saviour Godwin, mas também em termos de treinadores, lembrando a passagem de Rúben Amorim, que até antecedeu a chegada desta gestão ao clube, Tiago Lopes tentou explicar a forma como o emblema atualmente identifica e potencializa este tipo de ativos.
“Nós usamos informação e queremos recrutar jogadores quase a custo zero. Existem 30 vagas no plantel e elas devem gerar valor. É como se fores a uma farmácia. O que é que estás a tentar resolver? Quais são os sintomas? Quais serão os efeitos secundários da medicação? Eu vejo o futebol como um puzzle. A questão é: temos todas as peças? Nós queremos ser os melhores em termos de recrutamento, treino e por aí fora, mas estas unidades têm de colaborar. Vários clubes têm melhores recursos, mas não colaboram”, referiu.
Tiago Lopes considerou, nesse sentido, que o sucesso recente do Casa Pia se explica muito pela sua “cultura” enquanto clube, deixando grandes elogios ao atual treinador da equipa, João Pereira.
“Penso que tem sido a nossa vantagem competitiva. Os jogadores sabem que se fizerem um esforço extra connosco, serão recompensados e avançarão para coisas maiores. E acontece o mesmo com os treinadores. Temos um antigo treinador do Casa Pia no Manchester United... João Pereira é um dos melhores treinadores que por aqui anda. É o mais jovem da Liga, mas não temos medo de correr riscos em talentos se eles forem apaixonados e tiverem vontade de colaborar. Ele também é apoiado por especialistas e isso torna-o melhor”, referiu.
De resto, o dirigente casapiano apontou à importância da construção do novo estádio em Pina Manique para que o clube atinja novos passos no seu plano de desenvolvimento e ainda à sua responsabilidade enquanto instituição.
“O sonho é de um crescimento sustentável e, para atingir isso, precisamos de uma casa urgentemente. Será no coração de Lisboa, com 6000 lugares, para que esteja cheio. Com a hospitalidade corporativa, serão recursos suficientes para que lutemos para ficar nesta divisão”, afiançou, acrescentando: “Esta instituição é tão profunda em termos de movimentos sociais e desportivos no país que representa uma oportunidade para fazermos mais dentro dos centros de comunidade que ainda existem no Casa Pia. Sentimos essa responsabilidade”.
“Acho que todos veem que existe a necessidade de clubes como o Casa Pia voltarem para refrescar a Liga. Com um novo estádio, por exemplo, todos beneficiam. Podemos ser um ícone desportivo e financeiro no futebol português. Vemos um futuro brilhante à nossa frente”, concluiu Tiago Lopes.