Empresário de Herrera explica a O JOGO em que ponto está o dossiê de renovação do médio, justifica os seis milhões de euros revelados por Pinto da Costa e não fecha a porta ao diálogo.
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Unidos por um contrato válido até 30 de junho de 2019, FC Porto e Herrera mantêm-se separados nas negociações para a renovação do vínculo. As duas partes já conversaram várias vezes sobre o assunto, mas há pormenores sobre os quais ainda não chegaram a um acordo. Um deles, por sinal bem importante, está relacionado com o vencimento. Pinto da Costa revelou publicamente que o médio pediu seis milhões de euros para assinar um novo contrato, valor que o empresário do jogador justificou em declarações exclusivas a O JOGO. "No final da última temporada conversei com o FC Porto e pedi um salário competitivo a nível europeu para o Héctor [Herrera] renovar. Acho que muitos estão pensando que esses seis milhões da declaração do presidente são um valor net [líquido], mas ele falou em brutos", esclarece Gabriel Moraes, vincando que "este é o contrato mais importante da vida" do internacional mexicano. "Tem de ser bem feito e o melhor possível", vinca.
Os motivos que levaram Herrera a chegar a esta quantia foram, segundo o agente, vários. "O Héctor [Herrera] acabou de fazer a melhor temporada no FC Porto. A equipa foi campeã, ele é o capitão, fez um golo muito importante aos 89 minutos contra o Benfica e deu tudo, como aconteceu sempre nos cinco anos no FC Porto. Todos no clube sabem que é um grande profissional, que nunca criou problemas e sempre foi dedicado, mesmo nos momentos difíceis que atravessou", sustenta Gabriel Moraes, que explicou um pouco das movimentações efetuadas até este momento. "Muitos clubes entraram em contacto comigo durante o Mundial, mas a preferência foi sempre o FC Porto. Falei com o clube depois do jogo México-Alemanha e durante o Mundial. Como não chegámos a um acordo, procurei no mercado algo que fosse bom para todas as partes. Trouxe uma proposta de 25 milhões de euros [Lyon], mas o FC Porto pediu a cláusula de rescisão [40 milhões de euros] com apenas um ano de contrato. Aceitámos, o Héctor voltou a focar-se na equipa e eu a conversar com o clube", escreve.
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Apesar do aparente distanciamento, Gabriel Moraes assegura que "o diálogo com o FC Porto continua aberto". "O Héctor foi adotado pelo FC Porto como seu capitão e tem muito carinho pelo clube, os adeptos e a cidade. Ele só está à procura do melhor para ele e para a família no momento mais importante da carreira, como acontece com todos nós", defende o empresário, pelo que está convencido de que os portistas entenderão a posição. "Ele está aqui sem criar problemas e a dar tudo pelo FC Porto há muitos anos. Por vezes esquece-se isso, mas não estamos preocupados com isso [reação negativa dos adeptos]. Que ninguém tenha dúvidas de que ele vai dar tudo o que deu o ano passado", remata.
"Rendimento? As estatísticas são iguais"
Alvo de críticas pelas mais recentes exibições, Herrera está, segundo o agente, imune ao que se vai falando sobre a renovação. "Ele nunca deixou essas questões interferirem; dá sempre tudo", garante Gabriel Moraes, não entendendo as avaliações depreciativas "Olhem para as estatísticas dele na época passada e agora; estão iguais. Ele está a fazer o que fez no ano passado, mas, como capitão, é óbvio que tenha de assumir a responsabilidade quando os resultados não aparecem", sustentou. O JOGO foi verificar os dados na I Liga, recorrendo à Opta Stats, e os números indicam que El Zorro melhorou na eficácia de passe (86,6% contra 84,7%) e nos duelos aéreos (2,4 contra 2,2), está igual nos remates (1,3) e nas interceções (1,6), e pior nos desarmes (2,7 contra 2,8) e nos dribles (0,6 contra 1,1), por exemplo.