"É evidente que não se faz de uma vassoura um jogador"

"O ambiente cá não é mais saudável, senti-o muito mais saudável na Arábia Saudita", afirmou Rui Vitória, esta segunda-feira, no decorrer da conferência " "Bola Branca - Que Futebol Queremos para Portugal". O atual treinador do Al-Nassr, com o qual se sagrou campeão nacional, considera urgente atuar sobre o futebol português: "Estamos a desperdiçar uma das áreas de maior rentabilidade do país. Tem que se parar. A questão da cultura é fundamental e tem de ser projetada na escola, a convivência com o desporto tem de vir de trás. E depois tem de haver regras firmes e firmeza nas decisões", disse, acrescentando, sem se deter: "Este discurso não é nada, ultrapassaram-se os limites, não há tolerância. Ninguém consegue resistir a este clima. O problema está em que as equipas sentem que podem influenciar na arbitragem. É estratégico".

O antigo treinador do Benfica considera também importante olhar para a calendarização das provas profissionais de futebol em Portugal: "O mês de janeiro é condensado, quando noutras ligas há pausas. É o suficiente para matar uma época. Daqui a uns tempos [provas europeias] estaremos a chuchar no dedo", afirmou.

Rui Vitória recordou que desde sempre apostou em jovens jogadores, explicando a opção: "Aposto em jovens porque acho que há valor, mas é evidente que não se faz de uma vassoura um jogador. O caminho é a aposta na formação, é fundamental reter mais um pouco os talentos", disse. Sobre João Félix, disse: "Tem grande qualidade, é para manter mais um ano porque só valoriza o futebol português".

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