"É com essa imagem do meu pai que as pessoas vão ficar, a do treinador que fez mais história no FC Porto"
ENTREVISTA II - O lateral-direito do Feirense, Sérgio Conceição, conta que o pai Sérgio Conceição costuma dar conselhos aos filhos com o intuito de melhorarem o rendimento. Depois da saída do FC Porto, o defesa deseja que o pai seja feliz a fazer o que gosta.
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Sérgio Conceição conta a O JOGO que o pai está sempre presente na vida dos filhos e viu a sua saída do FC Porto como algo natural, lembrando aos portistas que lhe devem estar gratos por tudo o que fez pelo clube.
Que influência teve o seu pai na sua carreira e que conselhos lhe foi dando?
-Apesar de nos últimos anos ter treinado os meus irmãos, ele tenta pôr-se o mais possível à parte. É óbvio que quando lhe pedimos um conselho enquanto pai, a opinião dele é sempre valorizada por nós, pois ele passou por isto tudo e não há ninguém no mundo que queira melhor para nós do que ele. Dá-nos sempre conselhos para melhorarmos o nosso rendimento, mas o mais importante é que estejamos bem, com saúde e felizes, a fazer o que gostamos.
Acha que o seu pai podia ter saído do FC Porto com outra imagem?
-A partir do momento em que se deixa o clube como o treinador mais titulado do FC Porto, depois de sete anos, é gratificante. Isso será para sempre lembrado. É com essa imagem que as pessoas vão ficar para sempre, a do treinador que fez mais história no clube.
Depois disso ele teve alguma conversa com os filhos? Onde é que gostava de o ver treinar?
-Desejo ao meu pai o mesmo que desejo aos meus irmãos, que consiga treinar o mais alto possível e que seja feliz a fazer o que gosta. Ele disse-nos somente que iria sair e foi isso que aconteceu, não houve nenhuma conversa particular, foi um momento normal, tal como quando um de nós o informa que vai abandonar um clube.
Teve a sua única experiência no estrangeiro na Bélgica, o que houve de positivo e negativo?
-Positivo foram os ambientes e os estádios onde joguei. Os jogos que fiz, que foram muitos até janeiro, numa I Liga belga que está no top 10 da Europa. De negativo houve o facto de ser o único português no plantel, porque na altura fui para o clube através do Carlos Freitas, que era o diretor-desportivo, e não tinha ninguém com quem conviver fora do futebol. Mas essa experiência fez-me crescer a nível pessoal e profissional. Em Portugal vou ter sempre um carinho especial pelo Estrela, onde fui muito acarinhado, subi à II Liga e fui capitão aos 24 anos.