André Soares admite algum "relaxamento" na segunda volta, mas o principal objetivo foi garantido. Com o nulo frente ao Varzim, os minhotos juntaram-se a Felgueiras, Leiria e Amora nos apurados para a fase de subida. Para o médio, estar nas decisões, onde não há favoritos, é um upgrade.
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André Soares esteve na subida do Länk Vilaverdense à Liga 3, clube que anteriormente tinha representado durante quatro temporadas. Para o médio, de 32 anos, formado no Braga e no Benfica, o discurso desafiante do treinador Ricardo Silva foi determinante para o clube chegar à fase das decisões. Detentores da melhor defesa das duas séries, com 14 golos consentidos, e várias jornadas na liderança, o criativo não vê o Länk Vilaverdense como equipa sensação.
Houve muita festa depois de garantida a fase de promoção, com 0-0 frente ao Varzim?
-Não houve festa porque empatámos e ainda não tínhamos garantido a fase de subida, pois estávamos dependentes do Braga B-Sanjoanense. Depois desse jogo ter terminado em empate já não estávamos juntos, cada um tinha ido para a sua casa, mas falámos um bocadinho e foi um dia bom para nós e para o Länk Vilaverdense.
Como foi atingirem este objetivo frente ao Varzim, um candidato?
-Toda a gente sabia que o Varzim era o principal candidato ao primeiro lugar, mas o campeonato ditou isto. Estávamos focados no nosso trabalho e sabíamos que o Varzim, uma grande equipa, vinha com o objetivo de ganhar porque precisava, mas acabámos por fazer um jogo muito sólido e conseguimos um ponto que acabou por ser muito importante.
Länk tem a melhor defesa da liga 3, com 14 golos sofridos, e André Soares é o melhor assistente (7)
O Länk veio do CdP e agora está nos oito que vão discutir a subida à II Liga. Era um objetivo ou consideram-se a equipa sensação?
-Não diria que somos a equipa sensação. Numa primeira fase com 12 equipas, em que os quatro primeiros garantem a manutenção e vão discutir a subida, todos olhavam para esses lugares. O nosso objetivo era esse, mas sempre com os pés no chão, pensando jogo a jogo, sabendo que isto é futebol e que existem três resultados possíveis. Fomos sempre com a ideia de fazer em campo o que nos propusemos no início.
Que diferenças sentiu de uma divisão para a outra?
-A nossa equipa sofreu algumas mudanças. Esta é uma Liga bastante competitiva, na qual todas as equipas são muito competentes, trabalham bem e têm boas condições, pelo que todos os jogos são disputados até ao último minuto. Há muito equilíbrio entre as equipas.
"Subimos de divisão e o mais normal seria o Ricardo Silva ter um discurso mais conservador, mas desafiou-nos desde o início"
Que papel teve o Ricardo Silva neste percurso?
-O míster teve um papel importante. Subimos de divisão e o mais normal seria ele ter um discurso mais conservador, mas desde o início que nos desafiou a fazer o que fizemos na época passada, a ter um futebol positivo, ofensivo, e a equipa respondeu bem às exigências dele. Fomos sempre acrescentando coisas ao nosso jogo e os resultados estão à vista.
Na segunda volta, a equipa não tem somado tantas vitórias, que motivos encontra para esta aparente queda de forma?
-Não diria que é um baixar de forma. Não conseguimos somar tantos pontos, mas as exibições têm sido positivas. Acabámos por não conseguir ganhar alguns jogos, mas a vantagem que trazíamos da primeira volta permitiu-nos gerir um bocado a época e, inconscientemente, foi isso que aconteceu. Pode ter havido algum relaxamento a nível defensivo de toda a equipa, ao contrário do início, em que podíamos estar mais concentrados.
"Estamos contentes porque vamos lá estar nas decisões e é isso que faz os clubes evoluir"
Nos últimos dois jogos não marcaram, mas consolidaram a melhor defesa. Houve quebra de confiança?
-É futebol! A bola às vezes entra, noutras não. Não fizemos golos, mas tivemos boas sensações porque as oportunidades apareceram. Infelizmente não conseguimos finalizar, mas fizemos exibições positivas, de equipa corajosa que queria ganhar. Amealhámos dois pontos que foram determinantes para a fase de subida. E se não marcámos, por outro lado também não sofremos. Tentámos ser eficazes nos dois momentos.
Quem esperam encontrar na fase de subida e qual o maior candidato à II Liga?
-É difícil dizer, porque ver os jogos na televisão é diferente de defrontar os adversários em campo. Vi alguns jogos da zona sul, mas não conheço muito bem as equipas, por isso não tenho preferências. Estamos contentes porque vamos estar nas decisões e é isso que faz os clubes evoluir. De certeza que todos os adversários serão muito fortes e todos terão hipótese de subir.
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Duas subidas ao serviço do Vizela num percurso com Braga e Benfica
Natural de Vieira do Minho, André Soares começou a jogar futebol no clube da terra, mas rapidamente deu o salto para o Braga e, a seguir, para o Benfica, onde fez grande parte da formação.
"O Braga é o clube da minha cidade, foi muito importante para mim, foi onde comecei a ter a noção do que era o futebol. Depois, surgiu o Benfica. Fui para Lisboa aos 14 anos e tive de me desenrascar sozinho, o que me fez crescer como jogador e pessoa", recorda o médio, destacando que nas águias foi companheiro de David Simão (Arouca), Nélson Oliveira (PAOK) e Mário Rui (Nápoles), entre outros. A
Além destes emblemas, o jogador de 32 anos destaca o Vizela, que sob o comando de Álvaro Pacheco obteve duas subidas consecutivas, do CdP à II Liga e daí à I Liga, "sempre com grupos e adeptos fantásticos".
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