Léo Cá, ex-Lourosa, marcou quatro golos nos últimos cinco jogos pelo S. João de Ver e o mais recente contribuiu para a primeira derrota do Varzim.
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O S. João de Ver foi a primeira equipa a conseguir derrotar o Varzim, que "caiu" ao décimo jogo desta época, com Léo Cá a marcar o único golo. O extremo já leva cinco remates certeiros, está de pé quente e o objetivo é superar os dez que conseguiu em 2019/20, no Lourosa, clube que representou na época passada e de onde se mudou para o rival, o que "causa sempre polémica".
O S. João de Ver ganhou ao Varzim, equipa que ainda não tinha perdido. Foi especial ter sido com
um golo seu?
-É sempre especial ganhar, e quando se ganha a um Varzim motivado, com qualidade, ainda mais. Encarámos o jogo com máxima concentração, pois do outro lado estava um adversário que obrigava a essa exigência, senão corríamos o risco de ficarmos mais perto de sermos derrotados.
O Varzim tinha ganho ao Sporting. Qual foi o segredo da estratégia?
-Sabíamos bem da qualidade do Varzim, mas a equipa focou-se naquilo que o treinador nos pediu para fazermos de maneira a contrariarmos algumas formas de jogar deles. A haver um vencedor, teríamos de ser nós. Marquei numa bola parada, e sabemos que esses lances têm cada vez mais importância. O Emanuel fez-me chegar a bola e consegui desviar-me de alguns adversários que estavam perto.
Nos últimos cinco jogos marcou quatro golos. Este é o melhor Léo?
-Nos dois últimos anos, o meu registo de golos tem estado relativamente baixo, tanto no Covilhã como no Lourosa. Este é um Léo muito motivado, com muita consistência e com as coisas a saírem bem. Não só a mim, mas também à equipa, que é o essencial.
Ainda vai a tempo de superar o seu recorde, que é de dez golos?
-Estamos sempre a tempo. Ainda faltam muitos jogos, espero fazer muitos mais jogos, golos e também quero ajudar os colegas com assistências.
À margem do coletivo, vê também outros colegas em destaque?
-Normalmente não gosto de individualizar, pois posso esquecer-me de alguém, mas, tenho de dar o destaque principal ao Tamble [melhor marcador, com sete golos]. É um miúdo com muita qualidade, muito novo e ainda pode singrar mais no futebol. Há também o Chico, o Diogo Pereira, o Rúben Silvestre, o Jaime, que é uma das peças importantes. O Grilo, o Filipe Maio e o nosso guardião.
Quais foram os objetivos traçados e quem vê como favorito à subida?
-É ganhar o máximo de jogos e garantir a permanência. Para isso acontecer, será necessário ficar nos quatro primeiros. Ainda não jogámos com o Canelas, o Braga B, o Paredes e o Lank. Sinto que há muita qualidade, como já havia no ano passado. Há uma equipa ou outra com mais qualidade, como é o caso do Varzim, que se assumiu desde o princípio como candidato. E depois há outras equipas que se assumem internamente e acabam por não conseguir os objetivos. O melhor é pensar jogo a jogo para no fim não haver desilusões.
Saiu do Lourosa para o rival S. João de Ver, onde fez formação. Como foi essa mudança?
-Nunca é fácil. No Lourosa tinha todas as condições e mais algumas, mas a época não correu bem. Foi uma época má para o clube, os jogadores saíram desvalorizados e tivemos um desfecho terrível. Muita gente pensa que os jogadores não se preocupam com o que se passa com o clube e houve muita gente com peso na consciência, embora todos estivéssemos comprometidos com o objetivo. No último jogo, em Canelas, disseram que eu era um vendido, mas a minha consciência está tranquila, não deixa de ser um clube com que me identifico e de que gosto. Quanto ao S. João de Ver, já tinha havido interesse no ano anterior...
Os adeptos do Lourosa ficaram chateados. Sentiu isso na pele?
-Quando se troca para um clube vizinho, há sempre pessoas que não entendem. Para uns é mau, para outros um alívio, é muito subjetivo, mas não me preocupo. Sou eu que decido e só as pessoas que privam comigo podem dar alguma opinião. O Facebook esconde os covardes, que não dizem na cara. Chamo de frustrados da vida a esses que usam as redes sociais para isso. Vieram mais três do Lourosa [Paulo Grilo, Welinton e Poulson] e fomos todos bem recebidos e integrados.
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