Sócios da Briosa optaram por constituir uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, em vez do modelo defendido pela direção, que era uma SAD
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A direção da Académica anunciou hoje que irá solicitar uma Assembleia Geral extraordinária, depois de os sócios terem optado pela constituição de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) em vez de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD).
Em comunicado, a direção presidida por José Eduardo Simões, que defendia a criação de uma SAD, saudou a "participação associativa, prova clara do interesse dos sócios no futuro da Académica" e garantiu dar seguimento à vontade dos sócios.
Numa votação realizada no sábado, em que participaram 1.085 votantes, 583 sócios da "Briosa" manifestaram o desejo de ver constituída uma SDUQ, enquanto 481 votaram a favor de uma SAD como modelo para a gestão do clube. A votação registou ainda 15 votos brancos e quatro nulos.
"Além do evidente equilíbrio do resultado, compete à direção, no respeito pela vontade manifestada pelos associados, desenvolver, desde já, os atos legais, administrativos, fiscais e outros necessários à constituição da Sociedade Comercial que vai gerir o futebol profissional", lê-se no comunicado emitido hoje, cerca das 22:00.
No documento, a direção garante que "a prioridade imediata é a inscrição da Académica nas competições profissionais de clubes".
"No quadro de estabilidade e responsabilidade que é desejável, a direção vai manter a estratégia delineada para a preparação da temporada 2013/14, nomeadamente no que toca a renovações, dispensas e contratações", refere ainda a nota.
A escolha de um novo modelo surge para adequar os regulamentos ao novo regime jurídico das sociedades desportivas, em que todos os clubes que pretendam participar nos campeonatos profissionais de futebol terão de concluir, até final de maio, o processo de constituição de uma SAD ou de uma SDUQ.
O presidente José Eduardo Simões chegou a admitir que haveria "consequências" se os sócios não subscrevessem a posição da direção, embora na semana passada tivesse rejeitado a ideia de que a opção dos sócios fosse encarada como uma "vitória ou derrota".
Na altura, o líder da "briosa" disse que havia "que esperar pelo que os sócios decidissem e depois refletir sobre a sua escolha".
A constituição de uma SDUQ foi defendida pelo Movimento Académica 100% dos Sócios e pelo Núcleo de Veteranos da Académica, que consideraram ser este o "único" modelo que salvaguardava a "identidade e a história do clube de futebol" dos "estudantes".