Proposta da Direção foi derrotada por 102 votos. Continuidade de José Eduardo Simões não é um dado adquirido
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Os sócios da Académica decidiram ontem por maioria optar pela constituição de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), rejeitando a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) proposta pela direção. Na votação que decorreu no Pavilhão eng. Jorge Anjinho participaram 1083 associados, dos quais 583 escolheram a SDUQ, enquanto 481 preferiram a SAD, havendo ainda 15 votos brancos e quatro nulos. Além desta escolha, os sócios tinham também, numa primeira fase, de dar permissão para o clube abandonar o atual modelo de gestão - 1043 deram o "sim" -, pois caso não o fizessem a Briosa não podia competir nos escalões profissionais.
Esta aposta na SDUQ poderá levar à demissão do elenco comandado por José Eduardo Simões, pois o próprio admitiu ponderar esse cenário caso os sócios não confiassem na escolha da direção. Ontem não foi possível obter qualquer reação dos dirigentes, que se reuniram momentos depois de conhecidos os resultados da votação, estando previsto que entre hoje e amanhã a direção emita um comunicado.
O Núcleo de Veteranos, um dos defensores da SDUQ, não escondeu o contentamento pelos resultados pela voz do presidente. "Estou emocionado. Concorremos numa situação desigual, mas os sócios souberam interpretar bem os sentimentos da verdadeira Académica", sublinhou Frederico Valido. Luís Filipe Pereira, do Movimento 100% dos sócios, constatou que os associados "vieram ao encontro das preocupações do movimento que passava pela defesa da identidade do clube e controlo pelos sócios". Campos Coroa, antigo presidente da Briosa, sublinhou que "aqueles que votaram na SDUQ tinham consciência do quão perigosa era a existência de uma SAD na Académica".