Ferro volta ao clube onde já tinha atuado por empréstimo, mas agora em definitivo. Negócio, que deverá ser oficializado hoje, poderá render 1,5 M€ ao Benfica, que fica ainda com 20% do passe.
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Quase 12 anos depois de ter ingressado nos escalões de formação do Benfica, Ferro vai deixar de ter vínculo às águias. O central de 25 anos, apurou O JOGO, vai assinar a título definitivo pelo Hajduk Split, num desfecho que deverá ser oficializado hoje e que reforça a nova política desportiva da SAD benfiquista, que aposta no corte do número de efetivos, o que incluiu um expressivo êxodo de futebolistas formados nos quadros encarnados.
Cedido aos neerlandeses do Vitesse, o defesa volta agora à Croácia e ao clube que representou na segunda metade da época passada, para assinar um contrato válido por três anos e meio. Com esta saída, o Benfica reserva 20 por cento de uma futura transferência, podendo ainda encaixar uma verba que, mediante os bónus alcançados, poderá ascender a 1,5 milhões de euros por um central que, depois de se ter estreado pelo plantel principal - em 2018/19 -, chegou a ser cobiçado por emblemas como o... Liverpool.
Feitas as contas, o Benfica já libertou desde o início da temporada um total de 19 jogadores que chegaram ao Seixal antes dos 18 anos, lote que não inclui as saídas de Jota, Gedson e Pedro Pereira, porque estavam emprestados na última época e tinham opções de compra ou cláusulas obrigatórias. Só no último mês, deixaram o clube Diogo Gonçalves, João Ferreira e Tomás Tavares, em definitivo, e Henrique Araújo e Paulo Bernardo por empréstimo.
O corte no número de jogadores foi uma prioridade assumida pelo elenco presidido por Rui Costa, para dar resposta a um volume de atletas e uma carga salarial vista como demasiado pesada para o orçamento do Benfica e também para as necessidades da equipa principal. A análise a todos os elementos com ligação ao departamento profissional definiu prioridades e apontou para saídas, não tanto por escolha final de Roger Schmidt, mas sobretudo por opção da própria SAD, que decidiu acabar com algum mercantilismo - contratações ou vendas como moeda de troca em outras transferências - que se vivia antes na Luz.
Prevaleceu a política de corte nos ativos, como o próprio presidente das águias referiu na entrevista de balanço do mercado de janeiro, mantendo o Benfica percentagens futuras dos passes de quase todos os jogadores e recusando, por exemplo, a inclusão de cláusulas de compra na maioria dos empréstimos. Só no caso da formação, os últimos que deixaram o clube de forma temporária, casos de Henrique Araújo e Paulo Bernardo, não foi acertada essa possibilidade de venda porque ainda entram nas contas futuras da SAD.