Ex-adjunto de Carlos Queiroz na Colômbia recomendou-o ao “professor” e vê-o triunfar em Portugal. Exibições quando jogava no Saragoça despertaram a atenção de Sebastião Macias, que destaca o bom rendimento que já apresenta no Sporting, apesar de nem ter feito a pré-época com a equipa.
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Ao sexto jogo pelo Sporting, Luis Suárez marcou o primeiro golo que valeu um triunfo aos leões, assinando o 2-1 em casa do Famalicão, no sábado. Foi o terceiro golo pelos verdes e brancos do avançado contratado, no final de julho, ao Almería, após um bis no 6-0 diante do Arouca. Reforço que recebeu a pesada herança de tentar fazer esquecer Gyokeres, o camisola 97 tem dado boa conta de si até ao momento e além de três golos soma ainda duas assistências. Um arranque promissor de época, abrilhantado pelo póquer na seleção, e que não surpreende Sebastião Macias, um dos principais responsáveis pela estreia do atacante nos cafeteros, em 2020, uma vez que, após várias observações ao então jogador do Saragoça, recomendou a Carlos Queiroz, de quem era então adjunto na seleção colombiana, a sua convocação.
Antes de nos explicar o processo que levou a essa decisão, Macias explicou a O JOGO o motivo por que, no seu entender, só agora, aos 27 anos, conseguiu Luis Suárez dar o salto. “Não me surpreende ele só ser contratado agora [por um clube como o Sporting], apesar de achar que é um avançado que pode ser diferenciado para a I Liga portuguesa, a decisão de contratar um jogador, ou chamá-lo a uma seleção, tem de ser partilhada pelas estruturas técnicas e diretivas e ponderada para minimizar a probabilidade de erro”, comenta, prosseguindo: “Há jogadores que podem ter um potencial muito grande, mas podem não ser os indicados devido ao modelo de jogo ou outras circunstâncias. E há a oportunidade. O Luis Suárez vem para o Sporting porque saiu o Gyokeres.”
Mas, pelo conhecimento que tem do dianteiro, Sebastião Macias augura sucesso a Luis Suárez. “Acredito que será bem-sucedido em Portugal e também penso que irá melhorar ao longo da época. Acabou de vir para o Sporting, não fez a pré-época com a equipa e teve um rendimento, a meu ver, muito bom para quem acabou de chegar e começou a jogar com colegas que não conhece. Penso que isso demonstra capacidade de adaptação do jogador e o trabalho da estrutura técnica do Sporting. Os primeiros indicadores são bons e acredito que o Luis Suárez, ao longo da época, vai subir de rendimento porque a estrutura é boa e tem capacidade para continuar a evoluir”.
Sobre a chamada à Colômbia, o ex-adjunto de Carlos Queiroz, diz que “o professor, nas suas ideias, entende que devem ser observados não apenas os habituais convocados, mas também jovens em fase de crescimento e fora do contexto da seleção, como era o caso do Luis Suárez”, recordando depois que “naquela época tinha um rendimento muito bom no Saragoça e só pelos números que apresentava justificava a observação”. A seguir detalhou o processo de chamada. “Além dos números, pelas primeiras observações que fizemos conseguimos perceber que era um jogador que tinha, no mínimo, potencial para integrar a seleção colombiana e foi por isso que apresentámos o nome de Luis Suárez a Carlos Queiroz, que nos disse para continuarmos com as observações”.
Quanto às qualidades do dianteiro leonino que lhe chamaram a atenção desde as primeiras observações, Sebastião Macias destacou: “O Luis enquadrava-se no perfil de jogador jovem que podia dar continuidade a uma seleção que já tinha para o ataque jogadores consagrados como Falcao, Zapata e Muriel, tinha números, performances com rendimento e era um jogador versátil”, especificando ainda: “Era e é um avançado que pode jogar sozinho na frente ou com outro avançado ao lado, o que era uma grande mais-valia na altura. Depois vimos algumas das características que já apresentou no Sporting: facilidade de remate com os dois pés. Uma vantagem muito grande e desequilibrante para as defesas adversárias.”
Por fim, realçou: “É um jogador com capacidade de associação, no Saragoça vimos jogos em que diferenciava as dinâmicas atacando a profundidade ou jogando entrelinhas. É versátil do ponto de vista tático e técnico, na procura dos espaços e muito pressionante na primeira fase de construção do adversário”.